Transtorno Obsessivo-Compulsivo afeta 2% da população mundial; terapia cognitivo-comportamental é um dos tratamentos mais eficazes Separar tudo por cor, contar a quantidade de degraus na escada, alinhar simetricamente lápis, canetas e qualquer outro objeto. O que pode parecer simples manias, na verdade é uma condição debilitante que afeta a vida cotidiana de maneiras profundas e variadas, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2% da população apresenta TOC.
“É um grande grupo de pessoas que passam por um transtorno que afeta sensivelmente a vida cotidiana, ao ponto de se verem paralisadas caso alguma coisa saia do script”, reforma Suzana Lyra (CRP03/9748), neuropsicóloga, Diretora e Responsável Técnica do Instituto Baiano de Neurodesenvolvimento Suzana Lyra (IBN), que explica a causa, sintomas e formas de tratamento. Confira:
Como reconhecer o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)?
Existem dois tipos de TOC: o transtorno obsessivo-compulsivo subclínico, onde as obsessões e rituais se repetem com frequência, mas não atrapalham a vida da pessoa; e o transtorno obsessivo-compulsivo propriamente dito. Neste caso as obsessões persistem até que a pessoa cometa um ato por compulsão, e é isso que vai aliviar a ansiedade.
É possível estabelecer uma causa para o transtorno?
No campo da ciência, as causas do TOC ainda não estão bem esclarecidas. Alguns estudos sugerem a existência de alterações na comunicação entre determinadas zonas cerebrais que utilizam a serotonina. Fatores psicológicos e histórico familiar também estão entre as possíveis causas. O que nos leva a acreditar que trata-se de um problema multifatorial.
O transtorno que afeta sensivelmente a vida cotidiana, impedindo a realização de tarefas básicas
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Quais os principais sintomas?
Os sintomas do TOC incluem obsessões, pensamentos intrusivos e angustiantes e compulsões, que são comportamentos repetitivos realizados para aliviar a ansiedade. Essa luta constante pode impactar diversas áreas da vida, desde relacionamentos e desempenho profissional até o autocuidado e o bem-estar emocional. O TOC pode trazer uma sensação constante de insegurança e a necessidade de realizar rituais que aliviam temporariamente a ansiedade. Com o tempo, essa rotina pode se tornar cansativa e isoladora, dificultando o convívio social e impactando a autoestima de quem enfrenta a condição.
Existem casos de crianças com TOC?
A maior parte dos casos é diagnosticada em adultos, embora o transtorno possa acometer crianças a partir dos 3 ou 4 anos de idade. Na infância, o distúrbio é mais frequente nos meninos, mas na adolescência, o número de casos é igual nos dois sexos.
Importante frisar que é natural que a criança obedeça certos rituais no seu cotidiano, porém os pais não
devem colaborar com a perpetuação. É preciso observar a intensidade e a frequência desses episódios, ajudando as crianças a enfrentar os pensamentos obsessivos e a lidar com a compulsão que alivia a ansiedade. O limite entre normalidade e TOC é muito tênue.
Quais as opções de tratamento para o TOC?
Em linhas gerais o tratamento de TOC pode ser medicamentoso, que utiliza antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina, ou não medicamentoso. Neste último, a terapia cognitivo-comportamental é um dos tratamentos mais eficazes, ajudando a pessoa a gerenciar os sintomas e a reduzir o impacto das compulsões no cotidiano. Lembre-se que esconder os sintomas por vergonha ou insegurança é um péssimo caminho. Quanto mais se adia o tratamento, mais grave fica a doença. Com o suporte adequado, é possível viver com mais leveza e qualidade, mesmo com o TOC.
Sobre o IBN
Localizado na Av. Juracy Magalhães Júnior, 2490 – sala 303, Rio Vermelho, Salvador, o Instituto Baiano de Neurodesenvolvimento Suzana Lyra (IBN) é um espaço que agrega serviço multiprofissional, com assistência humanizada e de excelência, pautado na qualidade de vida de pacientes com transtornos relacionados à saúde mental.
Responsável Técnica: Dra Suzana Lyra (CRP03/9748), Neuropsicóloga.