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‘Inadmissível’: MP promete punir policiais que jogaram homem do alto de uma ponte em SP

Um policial militar foi flagrado jogando um homem do alto de uma ponte na madrugada de segunda-feira (2), na zona sul de São Paulo. Outros três agentes estavam presentes no momento em que o motociclista foi lançado no rio.

Policiais jogam homem do alto de uma ponte em São Paulo

O vídeo da PM jogando um motociclista do alto de uma ponte teve grande repercussão nesta terça-feira (3) – Foto: Reprodução/ND

No vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver que um dos policiais levanta uma moto do chão e encosta no muro. Enquanto isso, outro PM chega segurando um homem de camiseta azul pelas costas.

Em poucos segundos, o policial levanta o motociclista pelas pernas e o empurra do alto de uma ponte. O corpo sem vida aparece boiando na água em seguida.

A abordagem ocorreu em Carapicuíba, na Grande São Paulo, e os agentes pertencem ao 24º Batalhão de Diadema. Segundo o Balanço Geral, o homem foi jogado no córrego após uma perseguição policial.

VÍDEO: Veja o momento em que homem é jogado do alto de uma ponte pela PM


Vídeo flagra PM arremessando homem do alto de uma ponte na cidade de Carapicuíba, em São Paulo – Vídeo: Reprodução/ ND

MP promete ‘punir exemplarmente’ os responsáveis

Em nota pública nesta terça-feira (3), o Ministério Público de São Paulo declarou que as imagens da polícia jogando um motociclista do alto de uma ponte são “estarrecedoras e absolutamente inadmissíveis”.

Prédio do Ministério Público de São Paulo

A Secretaria de Segurança Pública e o MPSP repudiaram a ação da PM Foto: Divulgação/MPSP – Foto: MPSP

A declaração do procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, diz que “o suspeito já estava dominado pelos agentes de segurança, que tinham o dever funcional de conduzi-lo, intacto, a um distrito policial para que a ocorrência fosse lavrada”.

“Assim, esta Procuradoria-Geral de Justiça determinará, ainda nesta terça-feira (3/12), que o Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (GAESP) associe-se ao promotor natural do caso para que o MPSP envide todos os esforços no sentido de punir exemplarmente, ao fim da persecução penal, os responsáveis por uma intervenção policial que está muito longe de tranquilizar a população”, anuncia o pronunciamento.

Leia a nota na íntegra ao final da matéria.

O que diz a PM sobre o caso? Confira a repercussão

Viatura da PM

O motociclista teria sido lançado do alto de uma ponte após uma perseguição em São Paulo – Foto: Polícia Militar/Divulgação/ND

Questionada pelo Estadão, a PM afirmou que repudia “veementemente a conduta ilegal adotada pelos agentes públicos no vídeo mostrado”. A corporação ainda informou que instaurou um inquérito para apurar os fatos e responsabilizar os policiais, que já foram afastados.

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, se pronunciou nas redes sociais e prometeu “severa punição” aos envolvidos.

 

“Anos de legado da PM não podem ser manchados por condutas antiprofissionais. Policial não atira pelas costas em um furto sem ameaça à vida e não arremessa ninguém pelo muro. Pelos bons policiais que não devem carregar fardo de irresponsabilidade de alguns, haverá severa punição”, declarou em uma publicação.

De acordo com o Estadão, a polícia de São Paulo matou 496 pessoas entre janeiro e setembro deste ano, o maior número para o período desde 2020, quando foram registrados 575 óbitos.

Nota do Ministério Público de São Paulo na íntegra:

“Estarrecedoras e absolutamente inadmissíveis! Não há outra forma de classificar as imagens do momento no qual um policial militar atira um homem do alto de uma ponte, nesta segunda-feira. Pelo registro divulgado pela imprensa, fica evidente que o suspeito já estava dominado pelos agentes de segurança, que tinham o dever funcional de conduzi-lo, intacto, a um distrito policial para que a ocorrência fosse lavrada. Somente dentro dos limites da lei se faz segurança pública, nunca fora deles. Assim, esta Procuradoria-Geral de Justiça determinará, ainda nesta terça-feira (3/12), que o Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (GAESP) associe-se ao promotor natural do caso para que o MPSP envide todos os esforços no sentido de punir exemplarmente, ao fim da persecução penal, os responsáveis por uma intervenção policial que está muito longe de tranquilizar a população. Pelo contrário. Os episódios recorrentes de descumprimento dos comandos legais por parte de alguns agentes públicos nos deixam mais longe da tão almejada paz social, em favor da qual o Ministério Público, dentro de sua atribuição de exercer o controle externo da atividade policial, continuará atuando de maneira inequívoca, cobrando das autoridades a observância dos preceitos da Constituição Federal”.

*com informações do Balanço Geral e do Estadão Conteúdo

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