O pai de Arthur Torres Rodrigues Navarro, que estava pilotando o veículo que matou o moto entregador, Hudson Oliveira Ferreira, ingressou com pedido de restituição do carro, que foi negado. Veículo de luxo foi apreendido em abril deste ano
Osvaldo Nóbrega/ Reprodução
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) negou o pedido de restituição do Porsche envolvido no acidente que matou o moto entregador, Hudson Oliveira Ferreira, em março deste ano. O pai de Arthur Torres Rodrigues Navarro, que estava pilotando o veículo no momento da batida, alega ser o proprietário do carro e pede a liberação.
Conforme a ação, o carro de luxo está apreendido desde abril deste ano. No pedido de restituição, a defesa alega que o pai Arthur é o proprietário legítimo do veículo, e afirma que, embora o carro tenha relação com o acidente, todos os procedimentos para o andamento do inquérito policial foram prestados.
No entanto, segundo a juíza Eucélia Moreira Cassal, o veículo apreendido precisa ficar sob a guarda do Estado. A magistrada entende que a manutenção da apreensão garante o andamento das investigações e uma possível compensação das vítimas pelo dano causado.
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS) acusou o empresário por homicídio culposo (sem intenção) na direção de veículo automotor e por não prestar socorro à vítima. A denúncia também sugere o pagamento à família da vítima no valor de R$ 500 mil por danos morais e materiais.
A decisão judicial autorizou ainda que o veículo seja vendido antes do julgamento do caso, sob a justificativa de que o carro de luxo pode deteriorar e perder valor. Com isso, solicitou que fossem tomadas providências imediatas para informar a Comissão de Alienação de Bens Apreendidos sobre a situação.
Motorista fugiu sem prestar socorro
Câmeras de segurança flagraram acidente entre moto entregador e motorista de carro de luxo
O acidente ocorreu na noite do dia 22 de março, quando o motociclista Hudson Oliveira Ferreira, de 39 anos, foi atropelado por Arthur Torres Rodrigues Navarro, de 33 anos, que conduzia o carro de luxo, na avenida Antônio Maria Coelho, em Campo Grande.
Conforme o registro policial, Hudson de Oliveira Ferreira seguia no mesmo sentido do suspeito quando a lateral esquerda do veículo de luxo bateu na lateral direita da motocicleta. Segundo o boletim médico, Hudson sofreu fratura exposta de tíbia e fíbula, com lesões extensas, sangramento e sofreu choque hemorrágico.
Câmeras de segurança registraram o momento em que o motorista passa em alta velocidade e atropelou a vítima. Arthur se apresentou na delegacia onze dias após o acidente.
Segundo a denúncia da investigação, o carro de luxo estava a 89,4 km/h no momento da colisão na rua Antônio Maria Coelho, em Campo Grande. O motociclista, Hudson Oliveira Ferreira morreu dois dias depois do acidente na Santa Casa.
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