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Entenda como inflação e taxa de juros elevadas impactam Black Friday em Ribeirão Preto


Neste mês, Copom do Banco Central decidiu subir a taxa Selic de 10,75% para 11,25% ao ano. Economista analisa comportamento do consumidor na região. Black Friday 2024 começa nesta semana do dia 29 em Ribeirão Preto, SP
Luciano Tolentino/EPTV
Marcado por inflação e taxa de juros elevadas, o cenário econômico atual deve impactar as vendas na Black Friday, nesta sexta-feira (29).
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Em entrevista ao g1, Edgard Monforte Merlo, economista e professor da USP, relata como esse cenário influencia o comportamento do consumidor, especialmente na região de Ribeirão Preto (SP).
No início de novembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa Selic de 10,75% ao ano para 11,25% ao ano. Já nesta quinta-feira (28), a equipe econômica do governo Lula detalhou as propostas para cortar R$ 70 bilhões em gastos públicos.
Confira abaixo perguntas e respostas sobre as vendas na Black Friday:
O que podemos esperar desse período de promoções, considerando os desafios econômicos?
Como o consumidor e as empresas locais podem ser afetados nesse contexto?
Quais os principais impactos da inflação, do juros e do descontrole fiscal do governo nas vendas da Black Friday?
As pequenas empresas enfrentam mais desafios com essas condições econômicas?
Comércio espera um grande aumento de vendas durante a semana da Black Friday em Ribeirão Preto ,SP
Getty Images via BBC
1.O que podemos esperar desse período de promoções, considerando os desafios econômicos?
Apesar dos desafios econômicos atuais, como a aceleração da inflação e o desequilíbrio nas contas públicas, que resulta o Banco Central a aumentar as taxas de juros, o comércio não deixará de aproveitar a Black Friday.
O economista afirma que, mesmo com os efeitos negativos desses fatores, como a redução do poder de compra e o desestímulo ao consumo, a data continua sendo estratégica para o varejo, já que é um período de grandes vendas e descontos.
Ele ainda ressalta que, apesar de uma possível mudança no comportamento de consumo, como o encurtamento de parcelamentos, as empresas continuarão a investir nas promoções, pois a Black Friday é muito importante para as vendas nessa época do ano.
“É um período de grandes vendas, onde uma série de consumidores estão esperando ofertas para realizar essas compras. Muitas vezes, as pessoas até antecipam as compras de Natal usando a Black Friday.”
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2. Como o consumidor e as empresas locais podem ser afetados nesse contexto?
O consumidor certamente sentirá os impactos da alta dos juros e da inflação, o que o tornará mais sensível às promoções e aos preços baixos durante a Black Friday. Isso pode aumentar a expectativa por boas ofertas, mas também gerar mais cautela na hora de financiar compras, já que as taxas de juros estarão mais altas.
Merlo destaca que, devido a esse cenário econômico, os consumidores podem ser mais exigentes e cuidadosos na hora de aproveitar os descontos.
Em relação às empresas, ele acredita que, embora o comércio não deva abandonar a Black Friday, as empresas poderão modificar suas estratégias de financiamento, aumentando as taxas de juros nos parcelamentos. Ele também recomenda que os consumidores pesquisem bem antes de comprar e evitem financiamentos com juros elevados.
“Como consumidor, claro que está sentindo os efeitos. Está sentindo o juros maior, está sentindo os efeitos desse equilíbrio. Por outro lado, até por estar sentindo esses efeitos, ele está mais sensível a promoções, a preços baixos.”
3. Quais os principais impactos da inflação, do juros e do descontrole fiscal do governo nas vendas da Black Friday?
O descontrole fiscal e a alta taxa de juros impactam diretamente as vendas, já que o custo do crédito sobe e as empresas tendem a ser mais cautelosas.
A inflação leva o Banco Central a aumentar os juros, o que pode esfriar a economia e reduzir as vendas, especialmente no final de ano.
Contudo, o especialista fala que, devido à importância da Black Friday para o comércio, tende a manter o ritmo de vendas, embora as condições econômicas exijam mais cuidado com o financiamento.
“A recomendação que a gente tem é isso, que a pesquisa de preço nunca foi tão importante; e cuidado com os financiamentos.”
4. As pequenas empresas enfrentam mais desafios com essas condições econômicas?
O economista diz que as pequenas empresas são, sem dúvida, as mais impactadas pelas altas taxas de juros, já que elas têm menos acesso a crédito barato e são as maiores geradoras de emprego no Brasil.
Quando as condições econômicas pioram, elas enfrentam dificuldades para se expandir e contratar novos funcionários. Por isso, é crucial que o governo faça os ajustes fiscais necessários para evitar uma maior pressão sobre a economia.
“É quase que uma lição de casa que o governo tem que fazer, que é fazer o ajuste agora nas contas públicas, nas despesas, ajustar para poder continuar crescendo.”
*Sob a supervisão de Helio Carvalho
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