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Filme ‘Rocinha, aqui não tem flores’ estreia nesta sexta-feira (29) e traz reflexão sobre meio ambiente em Vigia, no PA


Dirigido por Nélio Palheta, Will Lee Santos e Amazo Alcântara, o documentário aborda a ocupação de uma de mangue no nordeste do Pará. Vigia/PA
Divulgação
O documentário “Rocinha, aqui não tem flores”, que aborda a ocupação de uma área de mangue em Vigia, nordeste paraense, estreia nesta sexta-feira (29), às 19h, no município.
Focado em questões ambientais, o projeto criado pelos jornalistas Nélio Palheta, Will Lee Santos e pelo tecnólogo em ecologia e fotógrafo Amazo Alcântara, foi premiado pela Lei Paulo Gustavo, por intermédio da Secretaria de Estado de Cultura (SECULT).
O documentário tem duração de 23 minutos e vai contar a história do Rocinha, uma área de mangal cortada por um igarapé com o mesmo nome. O igarapé se estende até o centro de Vigia e encontra o rio Guajará Mirim, que banha o município.
Nélio Palheta, jornalista e autor do roteiro original, conta que o Rocinha foi o sítio onde os jesuítas plantaram café e cacau na Vigia do século XVIII.
“Era um bolsão de manguezal com mata ciliar exuberante, que aos poucos foi sendo destruída pela ocupação urbana”, lembra Nél
Rocinha, Vigia PA
Divulgação
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Ele ainda diz, que o título do DOC é uma metáfora, pois no Rocinha existem flores na forma de vida, sonho, trabalho e esperança de seus moradores.
Por quase 50 anos, o mangue vem sendo ocupado pela cidade e essa ocupação gerou um grave impacto ambiental devido ao desmatamento, a construção de casas e despejo de lixo irregular no leito do igarapé.
“Hoje, o Rocinha é um rio doente, uma realidade impactante; tão grande o volume de lixo e de dejetos contaminantes que recebe. Isso prejudicou a produção de peixes, crustáceos e mariscos diversos”, relata Amazo Alcântara.
O objetivo do documentário é alertar sobre questões ambientais locais, inseridas em um contexto maior, a preservação de biomas amazônicos e as mudanças climáticas globais.
“No caso do Rocinha, embora seja um problema pontual de ocupação de um mangal, implicando urbanização e a falta de saneamento, é situação típica de prejuízo ambiental grave”, avalia o jornalista Will Lee.
Ainda de acordo com o jornalista, o projeto procura retratar a realidade do lugar e também reconhecer a importância de que o Rocinha foi o local em que as pessoas encontraram em Vigia um lugar para morar. “O vídeo mostra vários problemas urbanos que a devastação de grande parte do mangue provocou. Mas, não ignora que na área pulsa a vontade das pessoas terem uma vida melhor, mesmo morando no mangue”, afirma Will.
Os personagens do documentário falam sobre a questão da ocupação do Rocinha com preocupação, contudo, não cogitam a hipótese de saírem da área que fica no centro da cidade de Vigia.
O projeto ainda terá uma exposição fotográfica que contará com 22 fotografias feitas por moradores do mangal. Uma instalação artística, também será montada no local para mostrar o tanto de poluição que é encontrado no Rocinha.
“A instalação é uma canoa, típica, casco cavado na madeira que tem uma conexão com os materiais poluentes, lixo e etc. Através de uma rede de fios coloridos que preenchem o espaço da galeria. É uma amostra do que a gente encontra no mangal, no leito do igarapé. A proposta é chocar a comunidade e provocar uma reflexão sobre educação ambiental e o enfrentamento dos problemas ambientais provocados pela ocupação do mangal”, conta Nélio Palheta.
O documentário tem imagens de Rômulo Soeiro, montagem e edição de Sávio Palheta, além de tem trilha sonora exclusiva, composta pelo músico vigiense Hallan Santos. Será lançado no Museu de Vigia, nesta sexta-feira (29) às 19 horas.
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