Para celebrar os 35 anos da NDTV Record, a maior geradora de conteúdo regional do Brasil e maior afiliada da Record TV, o CEO do Grupo Record, Marcos Vinícius Vieira, esteve em Florianópolis nesta quarta-feira (22) e visitou a sede do Grupo ND, localizada no Morro da Cruz.
Durante a visita, ele participou de uma entrevista exclusiva no estúdio panorâmico da redação integrada. Ele destacou a relevância da NDTV para o Estado de Santa Catarina e também os avanços da Record, que se prepara para um futuro marcado pela chegada da TV 3.0 e o fortalecimento do streaming, além de uma expansão significativa no segmento esportivo e na dramaturgia.
Ao repórter da NDTV, Arliss Amaro, o CEO Marcos Vinícius Vieira compartilhou sua trajetória na Record, o futuro da televisão e os novos projetos da Record.
Confira a entrevista ping pong com o CEO do Grupo Record
NDTV: Começo perguntando sobre como iniciou sua trajetória na Record e no universo da televisão. Como foi esse início?
Marcos Vinícius Vieira: A verdade é que eu já fazia parte do grupo até que o senhor, proprietário e acionista principal da Record, Edir Macedo, chegou para mim e me fez um convite: ‘Marcos, eu preciso de alguém que venha estar à frente da Record.’ Eu não tive como recusar. Eu já trabalhava dentro do grupo. Só que eu não conhecia absolutamente nada de televisão.
De comunicação, alguma coisa eu já entendia. Mas o desafio de tocar uma emissora sendo a segunda maior do país – aliás, a maior emissora de língua portuguesa atualmente no mundo -, era realmente um grande desafio. Estou até hoje, e vou completar 13 anos à frente da Record.
O senhor tocou num ponto importante: a Record Internacional. Como está o alcance atual da emissora e em quantos países vocês estão presentes?
Nós temos 150 sinais espalhados por todo o mundo. Creio que o número de países também seja por aí. Só na Europa, nós temos 50 sinais. Para você ter uma ideia, na África temos uma presença muito grande, principalmente em Angola e Moçambique. Em Moçambique, inclusive, somos número um em programação. Quer dizer, a Record é realmente forte.
As pessoas, às vezes, não têm ideia da dimensão e do alcance que a emissora tem e de como realmente tem impactado positivamente outros povos, outros países, levando uma imagem positiva do Brasil. Isso é muito importante para a gente.
Muito se fala do novo momento da televisão, com a chegada da TV 3.0 em 2025. Como o jeito de assistir televisão vai mudar e como a Record está se preparando para esse momento?
Olha, com certeza a TV 3.0 vai revolucionar. Eu estava até conversando com o Marcelo Petrelli sobre isso. O Brasil é um país único. Se você tenta comparar o Brasil em termos de TV aberta com outro país, não existe paralelo. Nem mesmo nos Estados Unidos. Por exemplo, a TV aberta lá entra num universo junto com a TV a cabo, com a TV por assinatura.
A TV aberta não tem a mesma penetração que tem no Brasil. Em percentual, o Brasil é muito maior que os próprios Estados Unidos. E, se fizer um paralelo com a América do Sul, a Argentina, que seria um grande país em termos de TV, também é a mesma coisa: a TV aberta é distribuída por cabo. O Brasil é diferente.
Aqui, temos uma penetração muito grande do sinal aberto. Agora, a tendência é que esse sinal se torne um sinal via streaming. Ou seja, a TV 3.0 será uma simbiose entre os dois mundos. Você terá o sinal aberto com a programação, mas no momento dos breaks comerciais será uma revolução.
Será possível agregar valor aos anunciantes. Um supermercado, por exemplo, poderá anunciar vários produtos ao mesmo tempo. Isso vai atender melhor nossos clientes e anunciantes, expandindo o universo da TV aberta. Será um círculo virtuoso que permitirá produzir coisas maiores e melhores, com ainda mais interatividade. A Record está na vanguarda disso, trabalhando em Brasília, ombro a ombro com o governo e com outras emissoras, para implementar isso no país.
O senhor mencionou o streaming. Como a Record está trabalhando com o PlayPlus nesse novo cenário?
O PlayPlus é o intermediário entre a TV aberta e a TV 3.0. Alguns anos atrás, decidimos não entregar nosso produto a terceiros. Algumas emissoras fizeram isso, mas nós optamos por criar nosso próprio streaming. Descobrimos que o importante não é cobrar assinatura, mas oferecer o conteúdo de forma gratuita.
Hoje, temos cerca de 10 milhões de usuários no PlayPlus. Isso vai impactar muito quando a TV 3.0 chegar, pois esse público já estará familiarizado com esse novo modelo. As pessoas já assistem ao conteúdo no celular, tablet ou computador o nosso sinal gratuito da Record.
Tem novidades para 2025, inclusive no esporte, né? Estamos aí com o Campeonato Brasileiro e os campeonatos regionais, como o Paulistão. O que o amante do esporte pode esperar da Record agora? É um grande desafio para a emissora, certo?
Isso começa quando começamos a entender a importância de ocupar um espaço deixado por outra emissora com os campeonatos estaduais. Iniciamos uma relação com o Campeonato Paulista que, querendo ou não, é o maior campeonato estadual do país hoje. Tivemos a felicidade de encontrar o presidente da federação paulista, uma pessoa muito bacana e digna, e fizemos uma parceria.
Acreditamos nisso [ocupar o espaço deixado por outra emissora] e ficamos quatro anos com o Campeonato Paulista. Agora, renovamos até 2029. Teremos a Record presente no Paulistão até lá — Marcos Vinícius Vieira, CEO do Grupo Record
Queríamos mais, e surgiu a oportunidade do Campeonato Brasileiro. Abraçamos isso e temos certeza de que está revolucionando, já causando um impacto enorme no meio publicitário. A Record sempre foi forte em teledramaturgia, jornalismo e entretenimento, mas o esporte é a ‘cereja do bolo’. Nosso esporte favorito é o futebol. Estamos muito animados com isso.
E quanto ao restante da programação, como a Record tem se destacado?
Na dramaturgia, temos produções de qualidade, e também investimos nos reality shows. A Record tem se destacado muito bem nisso. Uma novidade interessante é que estamos explorando novelas turcas, que têm feito sucesso. Vamos continuar com minisséries, e temos surpresas guardadas para 2025.
Não posso entrar em detalhes agora, mas teremos novidades incríveis. Além disso, no esporte, estamos trazendo um time de peso. Vamos ter uma programação especial aos domingos, além do futebol. Teremos um programa no final da noite de domingo focado no esporte, especialmente no futebol, cobrindo o Brasil inteiro.
A Record anunciou novidades para os domingos. O que mais podemos esperar?
Temos mais surpresas. Nosso vice-presidente artístico, Marcelo Silva, está cuidando disso. Estamos trazendo o Tom Cavalcante com mais quadros inéditos. Ele já foi uma aposta da emissora, deu certo, e agora está voltando com tudo em 2025.
Sobre a programação local, qual a importância das afiliadas, como a NDTV, para o Grupo Record?
Eu não consigo acreditar, embora a gente seja uma emissora nacional, uma emissora que simplesmente não trata o telespectador com o respeito que ele merece. E o que as pessoas merecem saber é o que está acontecendo no seu Estado, na sua cidade.
Quanto mais a Record for capaz de levar esse telespectador à notícia que realmente interessa a ele, sem descartar o fato de que as pessoas querem saber o que acontece mundialmente e o que acontece nacionalmente. Mas, por exemplo, os catarinenses querem saber como está o tempo, como está o trânsito, quais são as obras que têm na rua, eles querem saber da segurança, eles querem saber como vai ser esse feriadão. Enfim, eles querem acompanhar o dia a dia da sua cidade. E a Record vive isso, respira isso.
Por exemplo, para uma pessoa do Rio Grande do Sul, a Record é gaúcha. Já aqui, ela é catarinense. Evidentemente, temos uma pegada mundial, nacional, mas ela é, na sua essência, uma emissora regional, local, do povo, porque é isso que o povo quer. Eles querem saber: ‘será que a Record entende as minhas dores, entende o que eu preciso?’ E é exatamente para isso que estamos trabalhando.