Depoimentos aconteceram no 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), localizado na Sul de Manaus, no fim da manhã desta quarta-feira (27). Um dos suspeitos chega à delegacia para prestar depoimento.
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Dois suspeitos de integrar o “bonde dos mauricinhos”, grupo que cometia crimes nas ruas de Manaus, prestam depoimento para a polícia pela primeira vez no fim da manhã desta quarta-feira (27), mais de um mês após o caso vir à tona. Os depoimentos aconteceram no 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), localizado na Sul de Manaus.
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O grupo, formado por jovens de classe média alta com idades entre 18 e 20 anos, aparece em vídeos publicados nas redes sociais efetuando disparos de arma de fogo para o alto, ateando fogo em locais públicos, danificando alguns comércios e perturbando moradores de rua.
O primeiro a ser ouvido foi Pedro Henrique de Carvalho Baima, 20 anos, que gravou um dos vídeos onde ele mesmo aparece disparando tiros com uma arma de fogo pela janela do carro. O depoimento do suspeito durou cerca de uma hora.
O segundo suspeito, Enrick Benigno Lima, de 20 anos, entrou logo em seguida para depor. A oitiva durou cerca de 30 minutos.
De acordo com delegado responsável pelo caso, Cícero Túlio, o depoimento de Marcos Vinícius Mota da Silva, de 18 anos, ocorrerá na semana que vem.
Ainda de acordo com a autoridade policial, até o momento, sete diferentes crimes foram identificados nas ações dos suspeitos.
Relembre o caso
Vídeos mostram trio dando tiros para o alto e agredindo moradores de rua em Manaus
O caso ganhou repercussão após Pedro Henrique Baima, Enrick Benigno Lima, ambos de 20 anos, e Marcos Vinícius Mota da Silva, de 18 anos, viralizarem na internet em vídeos com cenas de vandalismo cometidas pelo grupo nas ruas da capital amazonense, aterrorizando moradores.
Segundo a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), o grupo saia pelas ruas causando destruição e violência. Nos videos, eles são vistos jogando bebida em pessoas em situação de rua, participando de rachas em ruas residenciais e disparando tiros para o alto.
Ainda em outubro, o trio teve o pedido de prisão temporária aceito pela Justiça do Amazonas. Na ocasião, foi deflagrada a operação ‘Sangue Azul’, com o cumprimento de três mandados de busca e apreensão em residências relacionadas aos suspeitos. Durante a ação, eles não foram localizados e chegaram a ser considerados foragidos.
“Os policiais civis do 1º DIP realizaram diversas diligências e conseguiram apreender diversos equipamentos eletrônicos, que serão encaminhados ao Departamento de Inteligência de Polícia Judiciária (DIPJ), da Polícia Civil, para que operacionalizar a quebra de sigilo de dados telemáticos”, falou o delegado Cícero Túlio.
No dia 23 de outubro, a banca de advogados que representa os jovens tentou apresenta-los na delegacia, mas não foram recebidos por uma pauta de audiências que já haviam sido designadas na ocasião. Cícero Túlio informou que após a vedação do período eleitoral, que se encerrava em 30 de outubro, os jovens podem se apresentar normalmente.
Revogação do mandado
No dia 29 de outubro, o Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJAM) decidiu revogar os mandados de prisão temporária de três jovens suspeitos. A decisão foi do juiz Rivaldo Matos Norões Filho, que também impôs medidas cautelares aos investigados.
Os advogados dos investigados argumentaram que a medida cautelar não se sustentava, uma vez que os réus tentaram se apresentar espontaneamente à polícia e não havia urgência na continuidade da prisão.
Os defensores destacaram, ainda, que todos os investigados possuem residência fixa e bons antecedentes, além de alegações de que os crimes investigados não são atuais.
“Esta defesa se mostra satisfeita, por ora, pela sensibilidade das autoridades em reconhecer a desnecessidade da medida extrema de prisão conforme norteiam os requisitos legais e precedentes jurisprudenciais, ressaltando que permanece à disposição de todas as autoridades competentes para colaborar com o deslinde deste caso”, disse a defesa por meio de nota.
Defesa do trio que causou desordem em Manaus se pronuncia