Segundo a corporação, Sandro Nunes Vieira, que atuou no Tribunal Superior Eleitoral até agosto de 2022, “atuou de forma ilegal e clandestina” para assessora o Partido Liberal na representação que pedia invalidação de votos do 2º turno, após derrota de Bolsonaro. Em novembro, juiz disse não emitir opiniões públicas ou juízos de valor sobre processos de conotação política. Relatório da PF aponta envolvimento do juiz federal Sandro Nunes Vieira em relatório contra urnas eletrônicas
Reprodução/TSE
O juiz federal Sandro Nunes Vieira, que trabalhou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi citado no relatório final da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder.
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Sandro Nunes Vieira é juiz federal vinculado ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) TSE entre 2019 e agosto de 2022, incluindo como auxiliar da presidência da Corte em 2021, durante a gestão de Luís Roberto Barroso.
Em 2020, Vieira indicado pela então presidente do TSE, ministra Rosa Weber, para integrar o grupo gestor do Programa de Enfrentamento à Desinformação nas eleições daquele ano.
Vieria não foi indiciado no inquérito. O g1 procurou o Tribunal Regional Federal da 4º Região (TRF-4) mas não obteve resposta até a publicação deste post.
De acordo com o relatório final da PF, o juiz atuou “de forma ilegal e clandestina” ao assessorar o PL a elaborar um documento com ataques sem provas às urnas eletrônicas e que foi utilizado em uma representação feita ao TSE contra a votação do 2º turno, na qual Bolsonaro foi derrotado. O partido não questionou os resultados do 1º turno, no qual elegeu a maior bancada da Câmara dos Deputados.
A investigação aponta que, em 16 de novembro de 2022, o coronel do Exército e então assessor de Bolsonaro Marcelo Câmara mandou uma mensagem para o tenente-coronel Mauro Cid, braço direito do então presidente, pedindo que o nome de Sandro não fosse citado por Valdemar Costa Neto, presidente do PL , responsável por apresentar o documento com a contestação ao resultado do 2º turno.
“Preciso que você reforce com o Valdemar Costa neto para não citar em nenhum momento meu nome”, diz a mensagem de Câmara. “Dr. Sandro o nome do juiz”, escreve na sequência o militar.
No dia 19 de novembro, Valdemar, entretanto, citou o nome do juiz em uma entrevista.
“Porque eu conversei com um ex-diretor do TSE, que é um juiz de Direito, o Sandro, e ele me falou, ele estava lá até o… até seis meses atrás… e ele me disse, é um homem honesto, tá ajudando a gente…”, afirmou Valdemar.
No mesmo dia, Vieira divulgou uma nota.
“No dia 19.11.2022 fui informado pela equipe de comunicação do TSE que meu nome havia sido citado pelo Presidente do Partido Liberal, Sr. Valdemar Costa Neto, no contexto de que teria falado comigo sobre eventuais irregularidades nas urnas eletrônicas. (…) Sobre o tema, venho esclarecer que nunca tive contato pessoal com o Presidente do Partido Liberal. Como juiz, não emito opiniões públicas ou juízos de valor sobre processos de conotação política”, dizia a nota.
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