As mensagens trocadas pelos militares investigados por tramar um golpe de Estado no país em 2022 usavam como referência, diversas vezes, um outro momento da história do país: o golpe militar de 1964.
O relatório da Polícia Federal nessa investigação, tornado público nesta terça-feira (26) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, traz pelo menos três ocorrências dessa comparação.
Duas delas aparecem em mensagens do coronel do Exército Fabrício Moreira de Bastos – investigado como um dos autores de cartas golpistas que tentavam incitar a alta cúpula militar a aderir à ruptura.
“Velho, já passou da hora do BOLSONARO fazer alguma coisa. Estão avacalhando demais com ele. E de lambuja com todos os brasileiros. Velho, o cara tem as FA [Forças Armadas] nas mãos e por que permite tudo isso?”, questiona em uma sequência de mensagens.
“Será que em 64 tínhamos um estado de avacalhação tão grande com a sociedade? Velho, manda prender todo mundo do TSE e do STF”, prossegue, na conversa com o coronel Bernardo Romão Corrêa Netto.
Em resposta, Correa Netto diz que o Alto Comando do Exército (“ACE”, na mensagem) “tem sido enfático nas afirmações de que devemos nos manter de fora das disputas políticas”.
Bastos, no entanto, insiste na comparação.
“Duvido que em 64 esses esquerdistas tinham tanta liberdade de manobra como agora.”
Mensagens em que militar compara 2022 a 1964
PF/Reprodução