Acidente ocorreu em 24 de novembro de 2021. Após três anos sem saber o que, de fato, aconteceu com o filho, Ana Regina cobrou autoridades pela resolução do caso. José Porfírio de Brito Júnior estava como copiloto do avião que caiu no mar. Ele não foi encontrado.
Arquivo pessoal da família
Três anos sem saber o que aconteceu com o próprio filho. É assim que a empresária Ana Regina Agostinho vive desde que o avião bimotor em que o filho dela — copiloto — estava caiu no mar em Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo.
✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Vale do Paraíba e região no WhatsApp
Foi em 24 de novembro de 2021 que o filho de Ana, José Porfírio de Brito Júnior, e outras duas pessoas — o piloto e um tripulante — saíram do Aeroporto de Amarais, em Campinas (SP), rumo ao Aeroporto de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. Os três, no entanto, não chegaram no destino pois o avião caiu no mar.
O corpo de Gustavo Carneiro, que pilotava o bimotor, foi encontrado no dia seguinte no mar. José e o empresário Sérgio Alves Dia Filho, no entanto, não foram encontrados, assim como a fuselagem do avião.
Apesar de seguir sem respostas, Ana contou ao g1 que segue esperançosa de um desfecho sobre o paradeiro de seu filho.
“Infelizmente, nenhum sucesso [nas buscas], mas meu coração de mãe segue com esperança, apesar de hoje estar completando três anos desse pesadelo”.
Ana Regina ao lado do filho desaparecido, José Porfírio de Brito Júnior
Arquivo pessoal da família
Ela, inclusive, cobrou de autoridades, como o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), uma maior atenção para o caso do acidente envolvendo seu filho. Segundo a mãe, o caso foi deixado de lado.
“É fácil para as autoridades darem um jovem como possível morte presumida, sem ter nenhuma materialidade, sem nenhuma investigação. Tudo o que busquei de erros, entreguei às autoridades e o que foi feito? Nada”, desabafou.
Imagem de arquivo – Poltrona que seria de avião bimotor que caiu no mar na região de Ubatuba
Divulgação
“Nem a poltrona da aeronave que eu mesma retirei do mar me foi devolvida até agora. Um descaso com acidentes no mar”, disse. “São tantas lacunas em aberto e nenhuma resposta”, acrescentou.
Em 2023, Ana Regina chegou a iniciar um curso de mergulho para tentar encontrar o filho desaparecido no mar. Ela revelou que, devido ao caso, ela está sem condições físicas de continuar.
No entanto, ela espera que, com a liberação de pesca na região do mar onde o avião caiu, caiçaras locais possam trazer mais alguma esperança de encontrar algo sobre seu filho.
“Em janeiro libera a pesca no local, podendo usar os barcos de arrasto. Aí já temos caiçaras locais que se disponibilizaram a nos ajudar. Infelizmente até isso temos que esperar para buscar esse avião, para ter respostas”, finalizou.
Em nota, o Cenipa disse que “está em andamento a investigação da ocorrência envolvendo a aeronave de matrícula PP-WRS” e que “é por meio da emissão e publicação do relatório final que se pronuncia sobre os resultados de suas investigações”.
“A conclusão dessa investigação terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes. Quando concluída, o relatório final será publicado no site do Cenipa, disponível a toda sociedade”, acrescentou.
O acidente
O avião desapareceu na noite do dia 24 de novembro. O voo saiu às 20h30 do Aeroporto dos Amarais, em Campinas, e pousaria no Aeroporto de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, mas deixou de fazer contato por volta das 21h40.
De acordo com o relatório da Marinha, o piloto avisou de uma falha no motor e que teria que fazer um pouso forçado no mar, mas desapareceram.
O corpo de Gustavo Carneiro, que pilotava o bimotor, foi encontrado no dia seguinte no mar. José e o empresário Sérgio Alves Dia Filho, no entanto, não foram encontrados, assim como a fuselagem do avião.
Imagem de arquivo – Buscas por desaparecidos em queda de bimotor entre Ubatuba.
Reprodução
As buscas foram cercadas por campanhas de amigos e celebridades cobrando empenho da Marinha e a Força Aérea Brasileira no caso. Pedro Scooby, Tatá Werneck, Felipe Titto, Rubens Barrichello e a atriz Fabiula Nascimento fizeram publicações em suas redes.
As equipes da Força Aérea estiveram na região até o dia 6 de dezembro de 2021, quando anunciaram o fim da operação. O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro seguiu as buscas até meados de dezembro, mas também sem localizar a fuselagem e os ocupantes.
À época, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que as buscas pelos dois desaparecidos no acidente seguiram os padrões internacionais e que encerrou as buscas após a área do acidente ser completamente verificada.
“As operações de busca e salvamento coordenadas pela FAB seguiram padrões estabelecidos em normas internacionais, que envolveram desde a notificação do desaparecimento, o levantamento de dados sobre a aeronave e a apuração sobre a possível trajetória, no intuito de estabelecer as fases da operação e de coordenar ações em conjunto com as autoridades envolvidas”, disse na FAB em nota.
Sobre a retomada das buscas, a Força Aérea informou que podem ser retomadas, mas desde que com novas informações sobre a localização do piloto e do passageiro, o que não houve até o momento.
Vídeo de arquivo – Marinha encontra parte da asa que seria do bimotor que caiu em Ubatuba
Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina