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TecnoAgro 2024: debates sobre futuro da pecuária, biocombustíveis e inteligência artificial no campo marcam o 1º dia do evento


Evento de capacitação, inovação e tecnologia para o agronegócio reúne produtores rurais, empresários, pesquisadores e estudantes no Parque Fernando Costa, em Uberaba. TecnoAgro é iniciado e traz soluções inovadoras e tendências para o agronegócio
Começou nesta quinta-feira (21), em Uberaba, a edição 2024 do TecnoAgro, evento gratuito de capacitação, inovação e tecnologia para o agronegócio promovido pelo Grupo Integração. O primeiro dia do encontro reuniu empresários, produtores rurais, pesquisadores, estudantes e outros profissionais ligados ao campo no Pavilhão Multiuso da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), no Parque Fernando Costa.
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Com o tema “Agro Inteligente”, o evento quer estimular o desenvolvimento do agronegócio e o potencial econômico das cidades da região. Mais de 50 especialistas foram convidados para participar de palestras, painéis e discussões durante a programação.
Painel ‘O futuro da pecuária’
Luís Fellipe Borges/g1
Entre os temas abordados no palco principal no primeiro dia da feira, estão o uso de inteligência artificial no agronegócio, a importância dos biocombustíveis e caminhos para o futuro da pecuária. O evento também conta com mais dois auditórios com apresentações de produtores rurais, um videocast com entrevistas ao vivo, espaço para startups e uma feira de pequenos produtores.
“A feira ficou cheia, movimentada, os parceiros estão maravilhados com o movimento e com a interação. É uma feira de agronegócio, voltada para o conteúdo. Era um desafio que a gente tinha, porque a gente não sabia como seria a adesão, mas vimos que é sucesso. Pessoal vem e quer construir conteúdo. Queria agradecer a participação intensa do produtor rural, das universidades que trouxeram os seus alunos para poder captar conteúdo e de todos os expositores e parceiros da feira, afirmou o gerente de Negócios da TV Integração em Uberaba”, Gustavo Garcia.
O TecnoAgro continua na sexta-feira, com mais palestras e painéis com temas focados em liderança e inovação no campo. As inscrições seguem abertas e podem ser feitas na entrada do evento.
Primeiro dia
CEO do Grupo Integração, Rogério Nery, no TecnoAgro 2024
Luís Fellipe Borges/g1
A abertura do TecnoAgro teve discursos da prefeita de Uberaba, Elisa Araújo (Solidariedade); do vice-presidente executivo da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Marcos Montes; do chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Rodrigo Carvalho Fernandes; e do superintendente do Grupo Integração, Rogério Nery.
“O setor do agronegócio merece toda a atenção da população. E o nosso papel como empresa de comunicação é exatamente identificar setores que são importantes, são expoentes; que tem um peso não só econômico no desenvolvimento também, como de retenção das pessoas no campo; e mostrar, portanto, a essas pessoas, ao nosso telespectador e ao público presente, novas tecnologias que não são só aquelas tecnologias embarcadas, mas tecnologias de inovação através de softwares, sistemas, conhecimento”, disse Rogério Nery logo após a cerimônia.
“Sem dúvida nenhuma, a inovação está em todos os setores, e em especial, no agronegócio. A gente traz aumento de produtividade, aumento de credibilidade, e aumento de riqueza. Investir no agronegócio é deixar ele mais forte, e nossa economia mais forte”, afirmou a prefeita Elisa Araújo.
Depois da abertura, a prefeita também participou do primeiro painel do dia, sobre o futuro da pecuária no Brasil. Acompanharam Elisa Araújo no palco o superintendente Técnico da ABCZ, Luiz Antônio Josahkian, o professor e pesquisador em Economia e Administração da Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), Sérgio de Zen, e a diretora-editorial da revista MIT Sloan Management Review no Brasil, Adriana Salles.
No painel, Sérgio de Zen ressaltou a importância de compreender os ciclos do agronegócio para o desenvolvimento da produção agropecuária de forma mais rentável, sem esquecer a sustentabilidade.
“O conhecimento de qual é a área que eu estou plantando, qual é a área que eu estou colhendo, qual é a produtividade que eu vou ter, com antecipação, é um modelo de segurança alimentar, e temos tecnologia para isso. Então, olhando para isso, você começa a observar que é perfeitamente possível nós aumentarmos essa demanda na redistribuição de renda e no crescimento da população sem desmatar, apenas fazendo melhor uso das tecnologias e dos sistemas de produção que nós temos”, afirmou.
Também no palco principal, o diretor de Novos Negócios da MinaSul, Luis Henrique Albinati, palestrou sobre a tokenização, os criptoativos e o blockchain no agronegócio, ferramentas que prometem levar mais transparência e agilidade à cadeia produtiva.
Em outro painel, os debatedores mostraram como as grandes empresas estão se adaptando e inovando frente aos novos cenários do mercado. Participaram da discussão o vice-presidente e Head de Digital Farming Solutions para a América Latina na Bayer CropScience, Abdalah Novaes; o gerente de capital na Suzano Ventures, Alvaro Goméz; e o diretor de Operações da Citrosuco, Tomás Balistiero.
TecnoAgro 2024; painel sobre inovação nas grandes corporações
Luís Fellipe Borges/g1
Sobre a importância da inovação para o aumento da competitividade no campo, Balistiero afirmou que buscar novas maneiras de trabalhar e produzir é um caminho essencial para o pequeno, o médio e o grande produtor.
“Se de um lado eu tenho um desafio enorme para a indústria global de agricultura e de alimento, e para o Brasil não é diferente, por outro lado, para as grandes corporações e para os produtores – seja qual for o tamanho dos produtores, porque todos eles participam desse sistema – tem um elemento que é como você mantém a sua relevância e competitividade no longo prazo. Então, eu tenho um problema real para resolver, que é alimentar o mundo. E a partir disso, como é que eu mantenho a minha relevância e competitividade? Eu preciso criar rotas de novas tecnologias, de novas formas de fazer as coisas para que eu mantenha a competitividade”, salientou.
As oportunidades de crescimento dos biocombustíveis no Brasil também foram pauta de um painel, com a participação do conselheiro e acionista da biorrefinaria Uisa, José Arimatea Calsaverini, e do diretor da House Of Carbon S.A., startup que estrutura a emissão, a negociação e o encontro de soluções empresariais em créditos de carbono, Paulo Costa.
Um debate sobre os impactos da Inteligência Artificial no agronegócio encerrou as atividades no palco principal nesta quinta. Debateram sobre o tema o diretor de tecnologia da Solinftec, Henrique Nomura; o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Lúcio Jorge; e o diretor-executivo da Symbiomics, startup brasileira dedicada ao desenvolvimento de soluções biológicas inovadoras para a agricultura, Rafael Souza.
Perguntado pelo jornalista mediador, Vinícius Costa, sobre como fica o fator humano em uma sociedade cada vez mais envolvida pelas IAs, Rafael Souza afirmou que, no agronegócio, as novas tecnologias mantêm o produtor e as práticas do cotidiano dele no centro das ações.
“Essas ferramentas chegam para tornar mais produtivo, mais assertivo, é para resolver muitas das dificuldades que a gente tem hoje no que diz respeito ao manejo, a fazer uma agricultura que seja personalizada. A inteligência artificial vem para somar às tecnologias que a gente já tem, tanto em manejo, como em biotecnologia. E elas, de forma alguma, vão excluir aquilo que está acontecendo hoje na agricultura”, disse o empresário.
Auditórios Codemge e Raízes Sustentáveis
Além das apresentações no palco principal, o TecnoAgro também conta com mais dois auditórios para exposições sobre diversos temas. Um dos espaços, promovido pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), teve palestras sobre assuntos ligados à tecnologia no campo, como o uso de fertilizantes nitrogenados e a inteligência geográfica no manejo sustentável.
No outro auditório, chamado de “Raízes Sustentáveis”, houve apresentação de pesquisas e estudos de instituições de Uberaba e do estado de Minas Gerais sobre o agronegócio. Uma palestra sobre um aplicativo gratuito para gerenciamento de custos de pecuária de leite foi um dos destaques.
TecnoAgro 2024 reuniu palestrantes no Auditório Raízes Sustentáveis
Luís Fellipe Borges/g1
A plataforma se chama Gercal e está disponível para dispositivos Android. Segundo o pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Djalma Ferreira, o aplicativo pode ajudar produtores de todos os tamanhos a manter o controle sobre as finanças em todas as etapas da cadeia leiteira.
“A maioria dos produtores não faz anotação de quanto gastam e quanto recebem. Ao final do período, ele não sabe quanto gastou, quanto recebeu, quanto sobrou. Esse aplicativo é para ajudar o produtor a facilitar de fazer essas contas. Está todo formatado de maneira que pode só lançar os dados de despesas e o patrimônio que ele tem. Com isso, ele vai saber qual o preço unitário do leite, qual a margem de lucro”, explicou.
‘O produtor de pequena escala é o que mais sofre hoje em dia, porque ele tem uma margem menor de lucro, uma escala menor, então aí tem uma renda menor. Muita gente às vezes deixa a atividade porque não está conseguindo viver só do leite, porque tem uma produção pequena e a margem é pequena. Só que com o aplicativo, ele pode melhorar essa renda dele”, acrescentou Ferreira.
Inovação
TecnoAgro 2024 tem espaço Inovação; startup Grão Direto participa
Luís Fellipe Borges/g1
Outra atração do TecnoAgro é uma área para a exposição de projetos promovidos por startups do ramo do agronegócio. O Espaço Inovação conta com dez empresas em ascensão que oferecem alternativas tecnológicas e sustentáveis para o trabalho nas lavouras e nos rebanhos.
Uma das empresas participantes é a Grão Direto, que tem sede em Uberaba. Entre as soluções propostas pela startup, está um marketplace on-line para a negociação de grãos, como milho, soja e sorgo. A plataforma já atende clientes de todo o Brasil e proporciona maior alcance e velocidade no processo de compra e venda desses produtos.
“Quando o produtor utiliza a Grão Direto como recurso para vender os grãos dele, lá já tem os compradores que estão negociando, já tem preço médio, já tem consultor comercial para dar o suporte para ele, se necessário. Utilizar a Grão Direto negociando pelo digital é muito mais fácil, porque quando o produtor está no digital, ele já consegue fechar por ali direto com esses nossos parceiros”, explica a líder de Operações do Marketplace da Grão Direto, Gabriela Araújo.
A assistente de Comunidades da Grão Direto, Daniella Carvalho, valorizou a oportunidade de expor o trabalho da empresa em um evento relevante no campo do agronegócio como o TecnoAgro.
“A gente fica muito feliz pela oportunidade. É um evento muito bem estruturado, e que a tendência é só crescer. O público e os painéis também são muito interessantes. Inclusive, a gente vai ter um momento também amanhã no auditório. A gente espera também um público bem engajado”, disse.
O Head de Inovação e Venture Capital do Grupo Integração, Thiago do Valle, destacou a presença das startups no TecnoAgro e afirmou que, para o sucesso do agronegócio sustentável, é preciso pensar cada vez mais na eficiência dos processos.
“Nós trouxemos startups com uma tecnologia e uma disrupção, uma quebra do mercado tradicional, do modelo de negócio, que é acessível tanto para o grande, para o médio ou o pequeno agricultor que tem uma limitação maior de investimento. Estamos trazendo uma tecnologia acessível, de acesso a todos e de fácil aplicação”, disse.
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