A Black Friday de 2024 deve gerar um faturamento de R$ 5,22 bilhões no comércio brasileiro, conforme projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Se confirmada, a movimentação representará um crescimento de 0,4% em relação ao ano anterior, já considerando a inflação. A data, que entrou no calendário varejista em 2010, se destaca pela ascensão do e-commerce e pelo apelo das promoções.
De acordo com José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, a digitalização tem papel essencial nesse desempenho. “A facilidade de comparação de preços on-line e o forte apelo promocional fizeram da Black Friday uma das datas mais expressivas do calendário varejista, sobretudo nos canais digitais”, destaca Tadros.
Os segmentos de móveis e eletrodomésticos, além de utilidades domésticas e eletroeletrônicos, devem representar 46% do total de vendas neste ano. As projeções indicam um faturamento de R$ 1,23 bilhão para móveis e R$ 1,18 bilhão para eletroeletrônicos. Outros setores também devem se destacar, como vestuário, calçados e acessórios, com previsão de R$ 1 bilhão, e hiper e supermercados, com R$ 960 milhões.
A Black Friday 2024 ocorre em um contexto econômico desafiador. A alta do câmbio, que passou de R$ 4,89 no início do ano para R$ 5,77 em novembro, encarece produtos importados. Além disso, os juros elevados para pessoas físicas dificultam o crédito para aquisição de bens duráveis.
Fabio Bentes, economista da CNC, aponta que o crédito restrito impacta o consumo de itens de maior valor agregado. “A flexibilização recente da política monetária trouxe algum alívio, mas o crédito ainda é um fator restritivo, especialmente para bens de maior valor agregado”, explica.
Apesar das dificuldades, o varejo aposta no aumento das importações de bens de consumo duráveis e semiduráveis, que cresceram 22% entre agosto e outubro, totalizando US$ 205,49 milhões, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O levantamento da CNC sobre a Black Friday monitorou os preços dos itens mais buscados nos últimos 40 dias. Cerca de 55% dos produtos analisados apresentaram redução de preços. Ventiladores e tênis femininos, por exemplo, registraram quedas de até 15% e 13%, respectivamente.
“Pela metodologia da CNC, os itens com maior potencial de desconto são aqueles que já apresentavam uma queda de preços consistente antes do evento”, explica Bentes. Em contrapartida, produtos como ar-condicionado e televisores mantiveram os preços estáveis.
Desde sua introdução no Brasil, a Black Friday tem ganhado adesão em diversos setores do varejo, com destaque inicial para móveis, eletrodomésticos e livrarias. A partir de 2017, o setor de vestuário consolidou sua participação, fortalecendo ainda mais a data como uma das mais importantes para o comércio nacional.
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