A Antártida, continente remoto e coberto por gelo, segue sendo uma região praticamente inacessível para voos comerciais. Apesar de existirem rotas aéreas conectando quase todos os pontos do planeta, aviões evitam sobrevoar essa área. Recentemente, a piloto Marita explicou os principais motivos dessa decisão em um vídeo publicado no TikTok.
Segundo Marita, um dos principais motivos está relacionado à composição da atmosfera nos polos. “A atmosfera é o que nos protege da radiação solar”, explicou. Contudo, devido à rotação terrestre, as camadas atmosféricas nas regiões polares são mais finas do que em áreas próximas ao equador.
Isso significa que aeronaves que cruzam a Antártida estariam mais expostas à radiação solar, representando um risco, especialmente para pilotos e tripulações, que já enfrentam altos níveis de radiação ao longo da carreira.
Infraestrutura inexistente e clima extremo na Antártida
Outro fator determinante é a falta de infraestrutura. “Não há aeroportos de emergência na Antártida”, comentou a piloto. Em caso de incidentes, não há locais seguros para pousos de emergência. Além disso, as condições climáticas extremas representam desafios adicionais.
O frio intenso pode afetar o desempenho de aeronaves, especialmente no que diz respeito ao combustível, que congela em temperaturas muito baixas. Como resumiu Marita, “aviões e gelo não são bons amigos”.
Desafios geográficos e operacionais
A geografia também complica as operações. Grande parte da massa terrestre está no hemisfério norte, enquanto o hemisfério sul é dominado pelos oceanos.
Voar da Argentina para a Austrália, por exemplo, atravessando a Antártida, seria mais curto, mas extremamente perigoso. Correntes de ar intensas na região criam turbulências severas, tornando a rota instável e inviável.
“Nenhuma companhia aérea se arriscaria em uma rota ali”, afirmou Marita.
Voos privados e turismo na Antártida
Embora voar sobre a Antártida não seja ilegal, companhias comerciais evitam a região por conta dos riscos operacionais. No entanto, algumas empresas privadas oferecem voos exclusivos sobre o território, geralmente para fins turísticos.
Esses trajetos, embora raros e caros, são planejados para explorar a beleza do continente, e não como parte de rotas regulares de transporte de passageiros.
Assim, enquanto voar pela Antártida poderia encurtar algumas rotas, os desafios técnicos e as condições extremas tornam essa opção pouco prática e altamente perigosa.