Filho da vítima diz que conteúdo da carta não é coerente com o depoimento da suspeita prestado à polícia após o crime. Advogado criminalista foi morto a tiros, no dia 18 de outubro na Zona Sul. O que diz a família e
Médica cirurgiã plástica Daniele Barreto
Reprodução/ Redes Sociais
Nove dias após ser presa por envolvimento na morte do marido, a defesa da médica e cirurgiã plástica, Daniele Barreto divulgou, nesta quinta-feira (21), uma carta onde ela relata ter sido vítima de violência física e sexual, além de contextualizar situações relacionadas ao crime.
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O advogado criminalista, José Lael de Souza Rodrigues Junior, de 42 anos, foi morto a tiros, no dia 18 de outubro na Zona Sul de Aracaju, após comprar açaí a pedido da esposa. Na ocasião, o filho dele também foi baleado e sobreviveu. Um outro filho de Lael diz que conteúdo da carta não é coerente com o depoimento da suspeita prestado à polícia após o crime. [Leia abaixo].
No texto, a mulher diz que, além de apanhar do marido, ele a estuprava e filmava os abusos. Daniele disse ainda que as agressões aconteciam na presença do filho do casal e pioraram após ela dizer que iria denunciá-lo, e que ela não procurou o Departamento de Atendimento aos Grupos Vulneráveis (DAGV) por medo.
“[sic.].Eu passei a dizer que ia fazer exame de corpo delito. Foi a partir desse momento, que as agressões passaram a ser puxando fortemente os cabelos, arrancá-los, porque isso não apareceria no exame IML”, diz um trecho da carta.
Trecho da carta escrita por médica suspeita de envolvimento na morte do marido em Aracaju.
Reprodução
No texto, ela também diz que Lael já agrediu o sogro, pai dela, de 85 anos, e que fez empréstimos bancários no nome da sogra. A médica ainda alega envolvimento do advogado com a compra e vendas de armas de forma ilegal.
Advogado José Lael de Souza Rodrigues Júnior e a médica Daniele Barreto
Reprodução/ Redes Sociais
A médica citou ainda situações relacionadas à noite do crime, quando, de acordo com a polícia, ela teria informado aos executores a localização de Lael e do filho que estavam comprando açaí. Ela alegou que era um ato corriqueiro da família, já que ela preferia o alimento através de self service e não por delivery.
Na carta, Daniele narra ainda que uma advogada e amiga dela chegou a fazer um pedido de acordo com separação de corpos, guarda compartilhada e de bens. “Eu assinei e ele se opôs”.
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A defesa da médica disse que a carta será anexada ao processo e que a mulher é inocente da acusação de envolvimento na morte do marido. Além da médica, outras cinco pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no caso.
O que diz a família de Lael
Após saber da divulgação da carta, um dos filhos da vítima, Leonardo Rodrigues, comentou: “era esperado que ela fizesse algo nesse sentido. Até porque é inerente à conduta dela, não é primeira vez que ela o faz. Ela veio de uma separação conturbada [.] e a única diferença do ex-marido para o meu pai, foi que ela concluiu o projeto mortal, que foi executar covardemente o meu pai. [..] Ela anteriormente quando se separou do marido fez diversos boletins de ocorrência, diversas representações, e com o meu pai nunca fez nada disso”.
Ainda de acordo com ele, o relato apresentado pela médica na carta, não corresponde ao depoimento dela prestado à polícia depois do crime.
“Dias após a morte, ela foi à delegacia e na frente da delegada de polícia fez juras de amor ao meu pai. Isso está documentado [..] Qual o sentido da defesa dela num primeiro momento dizer que ela não tem nada haver com fato, e agora está maculando a imagem do meu pai ?”, questionou.
A Secretaria de Segurança Pública de Sergipe informou que não vai comentar a divulgação da carta e que o inquérito está em andamento.
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