A ala governista na Câmara dos Deputados vê a proposta de anistia pelo 8 de Janeiro sem chance de avanço no legislativo. A percepção ocorre três semanas após a criação de uma comissão especial para analisar o projeto de lei.
Segundo fontes ouvida pelo R7, corroboram para o entendimento, o ataque bombas na Praça dos Três Poderes, ocorrido há uma semana e a operação da Polícia Federal, dessa terça-feira (19), contra um grupo de militares que planejou matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes.
“O presidente Arthur Lira tem que ver que não pode haver anistia. Esse projeto tem que ser arquivado. Anistia para quê? Para que atentem contra a vida do presidente? Para que queiram dar mais golpe na democracia? Basta”, disse um dos vice-líderes do governo na Câmara, Rogério Correia (PT/ MG).
Proposta de anistia pelo 8 de Janeiro deve ser barrada na Câmara
Nessa terça, o PSOL realizou um ato na Câmara pedindo o arquivamento da proposta de anistia pela 8 de Janeiro. Na semana passada, a sigla protocolou um requerimento pedindo a Lira que declare o projeto “impossibilitado” de tramitar e o remeta ao arquivamento. A decisão, contudo, cabe apenas a Lira.
A oposição, por outro lado, acredita que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP/ AL), vai cumprir com a promessa de pautar a análise da proposta de anistia pelo 8 de Janeiro até o fim de 2024. Reservadamente, membros do PL reconhecem que a proposta de anistia pelo 8 de Janeiro pode ficar para o próximo ano, sob a gestão do futuro presidente da Casa, que deve ser o deputado Hugo Motta (Republicanos/ PB).
Publicamente, o líder do PL na Câmara, o deputado Altineu Côrtes (RJ) considerou que as causas elencadas pela ala governista são “casos para jogar gasolina e fortalecer” suas posições. “O presidente Arthur Lira deu sua palavra. Esse processo vai ter o andamento na Câmara que o presidente Lira apalavrou e vai seguir”, disse.
Explosões na Praça dos Três Poderes e operação da PF enterram proposta
As ponderações dão conta de que o adiamento da discussão do projeto pode ocorrer principalmente em virtude das explosões na Esplanada dos Ministérios. A interlocutores, contudo, Motta tem dito que não tem tratado sobre o projeto e que, portanto, não há nada alinhado.
A ala governista teme que a anistia pelo 8 de Janeiro alcance os investigados em tentativa de golpe de Estado, o que incluiria generais de altas patentes do Exército e o ex-presidente Jair Bolsonaro.
*Com informações do R7.