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Militar preso por planejar morte de Lula diz que Bolsonaro aceitou ‘assessoramento’

O general da reserva Mario Fernandes e o ex-presidente Jair BolsonaroMontagem/Fotos: Agência Brasil

Preso nesta terça-feira (19) sob a suspeita de ter planejado um golpe de Estado e a morte do presidente Lula, o general da reserva Mário Fernandes visitou o Palácio do Alvorada, afirmou ter conversado com Jair Bolsonaro e disse que o então presidente havia aceitado o seu “assessoramento” ao se pronunciar sobre o resultado das eleições de 2022.

A vista de Fernandes a Bolsonaro aconteceu em 8 de dezembro, o que foi confirmado pelos dados de controle de acesso ao Palácio da Alvorada. Dois dias antes, no dia 6, o general imprimiu o documento que previa o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes dentro do Palácio do Planalto.

Em 9 de dezembro, Bolsonaro rompeu o silêncio em que se mantinha desde a derrota para Lula (PT) nas eleições. Em discurso a apoiadores em frente ao Alvorada, o então presidente disse que as Forças Armadas eram “o último obstáculo para o socialismo” e ter certeza de que elas estavam “unidas e devem, assim como eu lealdade ao nosso povo, respeito à Constituição”. 

O então presidente derrotado disse ainda que iriam vencer, e que tudo daria certo “no momento oportuno.”

No mesmo dia, Mário Fernandes enviou um áudio para o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, em que comemora a postura do mandatário que, segundo ele, foi influenciada pelo seu ‘assessoramento’.

“Força, Cid. Meu amigo, muito bacana o presidente ter ido lá à frente ali do Alvorada e ter se pronunciado, cara. Que bacana que ele aceitou aí o nosso assessoramento. Porra, deu a cara pro público dele, pra galera que confia, acredita nele até a morte. Foi muito bacana mesmo, cara. Todo mundo vibrando. Transmite isso pra ele”, disse o general a Mauro Cid na noite do dia 9 de dezembro.

A PF não cita nenhuma ação de Bolsonaro, e o ex-presidente não foi alvo da operação desta terça-feira (19). Além de Fernandes, outros três militares das Forças Especiais do Exército foram presos acusados de envolvimento na trama golpista e homicida.

Fernandes queria consumar o golpe rapidamente, diz PF

No áudio que enviou para Cid, Fernandes diz estar preocupado e insiste para que a ação golpista seja realizada depressa. Caso contrário, a ofensiva poderia ser frustrada pela própria transição na cúpula do comando das Forças Armadas, prevista para 20 de dezembro, com a posse de integrantes das Forças Armadas escolhidos pelo novo governo.

Nas conversas com Cid, Fernandes afirmou que Bolsonaro lhe disse que qualquer ação poderia acontecer até 31 de dezembro de 2022, independentemente da diplomação de Lula, prevista para o dia 12, já tivesse ocorrido.

“Mas, porra, aí na hora eu disse, pô presidente, mas o quanto antes, a gente já perdeu tantas oportunidades”, disse Fernandes para Cid, segundo o documento da PF.

A PF também descobriu que Fernandes “era o ponto focal” do governo Bolsonaro com os manifestantes golpistas acampados na porta dos quartéis.

“Além de receber informações, também servia como provedor material, financeiro e orientador dos manifestantes antidemocráticos instalados nas adjacências do QG-Ex (quartel-general) em Brasília/DF, que teve papel fundamental na tentativa de golpe de Estado perpetrada no dia 08/01/2023”, diz o relatório da PF.

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