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Operações investigam suspeitos de fraudes e comércio ilegal de milhares de bois em Terra Indígena no PA


Justiça Federal também determinou a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico e o bloqueio de bens dessas oito suspeitos no total de R$ 17 milhões. Terra Indígena (TI) Apyterewa, localizada em São Félix do Xingu, no sudeste do Pará.
Divulgação/Adepará
O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) realizam nesta terça-feira (19), operações no Pará para apreender dados e bens de quatro suspeitos de fraudes que permitiram a comercialização de 7,4 mil bois criados ilegalmente na Terra Indígena Apyterewa.
De acordo com o MPF, os mandados de busca e apreensão são cumpridos em São Félix do Xingu, Parauapebas, Tucumã e Água Azul do Norte.
Bens bloqueados
A pedido do órgão, a Justiça Federal também determinou a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico e o bloqueio de bens dessas quatro pessoas alvo das operações e de outros quatro suspeitos.
De acordo com o Ministério Público, foram bloqueados R$ 17 milhões em bens dos oito envolvidos.
Como o esquema funcionava
As fraudes investigadas são conhecidas como triangulação, lavagem ou esquentamento do gado. Os responsáveis pela operação detalharam que, por meio da inserção de dados falsos nos sistemas de controle das guias de origem e destino dos animais – as chamadas Guias de Trânsito Animal (GTAs) –, os investigados conseguem esconder a origem do gado e simulam que a criação ocorreu em conformidade com a legislação e com as regras de acordos entre o MPF e frigoríficos.
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Perícias agronômicas realizadas pelo MPF em dados de fazendas que os suspeitos citaram como áreas de origem do gado concluíram que os índices de produtividade alegados são incompatíveis com a capacidade dos imóveis rurais e com o nível real de investimentos feitos em tecnologia, infraestrutura e insumos.
Segundo o órgão, de 2012 a 2022, 47,2 mil bovinos criados ilegalmente na Terra Indígena (TI) Apyterewa, em São Félix do Xingu, foram comprados por 414 fazendas no Pará, em negociações estimadas em mais de R$ 130 milhões. Neste período, a Apyterewa foi uma das terras indígenas mais desmatadas do país.
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