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Justiça nega pedido de autópsia psicológica em advogada que caiu do 8º andar de prédio


A defesa do acusado Raul Rodrigues Costa Lages, ex-namorado de Carolina Magalhães, teve dois pedidos negados pela Justiça. A morte da mulher era tratada como suicídio, mas investigações apontam que vítima possivelmente foi morta pelo companheiro. Carolina Magalhães era advogada e morreu aos 40 anos, em BH
Reprodução/redes sociais
A Justiça negou o pedido de autópsia psicológica em Carolina da Cunha Pereira França Magalhães, morta após queda do oitavo andar um prédio da Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O pedido foi feito pela defesa de Raul Rodrigues Costa Lages, que é suspeito de matar a companheira.
Na época, a morte de Carolina foi tratada como suicídio, no entanto, as investigações da Polícia Civil apontaram que ela possivelmente foi assassinada pelo próprio namorado, que também é advogado. Ele se tornou réu no processo judicial e responde em liberdade (entenda mais abaixo).
A defesa do suspeito argumentou que a autópsia psicológica deveria ser realizada por profissionais da psicologia e psiquiatria, e pediu acesso à documentos pessoais de Carolina, como cadernos, e-mails e históricos de pesquisas. A autópsia em questão faz uma avaliação, a partir de fatos passados, de como era a vida, o comportamento e o estado mental da vítima.
Além disso, Raul alegou — em um segundo pedido — no processo que o local do crime ficou supostamente “desprotegido”, sendo que a família teve acesso ao apartamento da vítima após a morte e isso teria comprometido os vestígios.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negou os dois pedidos e determinou que todas as testemunhas sejam ouvidas presencialmente em juízo. Procurada pela reportagem, a defesa de Raul Lages ainda não se posicionou sobre o ocorrido.
“Uma autópsia psicológica pode traçar características gerais da personalidade ou estado emocional da vítima, mas não fornece respostas sobre a dinâmica fática do evento letal — especialmente no que se refere à distinção entre um homicídio e um suicídio”, diz o texto da decisão do juiz Bruno Sena Carmona.
A defesa da família da vítima disse que aguarda a realização das audiências de instrução “convicta de que o réu será mandado a julgamento pelo Júri Popular o mais breve possível”.
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Quem era a vítima
A advogada Carolina da Cunha Pereira França Magalhães, morta em 8 de junho 2022, aos 40 anos, era considerada uma pessoa otimista, íntegra, protetora e uma profissional excepcional.
Filha de advogados, Carolina era o braço direito do pai no escritório de advocacia. Com os filhos, não era diferente, a mãe tinha uma relação de amizade com os rapazes, que foram criados a maior parte da vida apenas pela mãe após o divórcio.
O filho Vítor Magalhães, que além de estudante de direito é cantor e faz dupla com seu irmão, Lucas, recordou que a mãe fazia de tudo para dar conta de todas as obrigações e sempre lutou para proteger a família. Carolina além de acompanhar de perto a rotina dos meninos, era a maior incentivadora da dupla.
“Ela tinha muitos planos, tinha vontade de crescer profissionalmente. Estava se especializando no direito médico e imobiliário. Ela tinha muitos planos para o futuro. Era uma pessoa boa, com coração puro, tentava ver as coisas sempre do melhor jeito”, contou Vítor.
Um perfil foi criado nas redes sociais recentemente com o nome “Justiça por Carol”, com intuito de divulgar informações e atualizações sobre o caso da advogada. Até o fim da manhã desta segunda-feira (18), cerca de 10 mil pessoas já seguiam a página.
Carolina da Cunha Pereira França Magalhães morreu aos 40 anos
Reprodução/redes sociais
O que dizem as investigações
De acordo com a Polícia Civil, a hipótese é de que, na noite do crime, Raul tenha derrubado Carolina no apartamento e, ao perceber que ela estava desacordada, teria limpado e organizado o local, colocando roupas de cama na máquina de lavar e recolhendo pertences.
Em seguida, ele teria cortado a tela da varanda, jogado a tela fora na lixeira da cozinha, guardado a tesoura, carregado Carolina e jogado o corpo dela pelo buraco na tela. A polícia não conseguiu descobrir se a vitima já estava morta quando caiu.
Raul Rodrigues Costa Lages
Reprodução/OAB-MG
A delegada disse que Raul tinha um histórico de agressões psicológicas e físicas contra mulher e buscava desqualificar e desmoralizar a vítima.
“É algo muito típico dos feminicidas, tentar desqualificar dizendo que ela era deprimida, que ela era louca, ciumenta, que o tempo todo corria atrás dele, quando as investigações mostram que ela tentava terminar com ele, e ela tentou por várias vezes, ele não permitia, ele a manipulava emocionalmente”.
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