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Após morte de mãe e bebê em maternidade, governo contrata hospital particular para pacientes que precisam de parto cesariano


Saúde estadual requisitou serviço de forma complementar e demandas do Hospital e Maternidade Dona Regina Siqueira Campos (HMDR) serão encaminhadas. Metade das partos atendidos pelo SUS é de alto risco, conforme a pasta. Hospital e Maternidade Dona Regina, em Palmas
Divulgação
Após a morte da técnica de enfermagem Karle Cristina Vieira Bassorici e do filho Lorenzo durante o parto, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) anunciou que um hospital da rede particular de Palmas vai passar a atender pacientes do Hospital e Maternidade Dona Regina Siqueira Campos (HMDR). Serão encaminhados gestantes que necessitam cesariana, exames neonatais e outros procedimentos para casos graves.
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Karle morreu no dia 30 de outubro. Estava grávida de 38 semanas e foi ao Dona Regina na noite anterior por volta das 21h30, com queixa de febre e dores lombares, segundo a família. Ela recebeu medicação e foi liberada. Voltou à unidade com dores com sangramento no dia seguinte quando aconteceu o parto. Lorenzo nasceu sem vida e ela morreu horas depois.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) sobre a morte da técnica de enfermagem apontou que ela faleceu em decorrência de tromboembolismo pulmonar. A causa da morte do bebê natimorto, entretanto, foi considerada indeterminada, segundo o documento.
Karle Cristina Vieira estava grávida de 39 semanas. Ela e o bebê morreram no Hospital e Maternidade Dona Regina.
Arquivo Pessoal
A Maternidade Dona Regina registrou 5.135 partos em 2023 e, desse total, 2.416 era de alto risco. Segundo a SES, o Hospital Santa Tereza – Rede Medical passou a atender casos de atenção obstétrica e neonatal que necessitam atendimento especializado a partir de sexta-feira (15).
Os encaminhamentos para a unidade particular serão feitos por meio Central Estadual de Regulação (CER). A requisição inclui os seguintes procedimentos:
Procedimento cirúrgico do parto cesárea;
Serviços profissionais como anestesia;
Teste do Olhinho;
Teste da Orelhinha;
Teste do Coraçãozinho;
Teste da Linguinha;
Materiais e medicamentos;
Diárias de internação em puerpério imediato;
Laqueadura, quando necessário.
A família de Karle denunciou que as mortes ocorreram por falta de médico especializado que pudesse atender na unidade. O Ministério Público Estadual (MPE) e o Conselho Regional de Medicina fizeram vistorias no Dona Regina e apontaram problemas estruturais e grande volume de trabalho para poucos profissionais nas escalas. O caso segue em investigação pela Polícia Civil.
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O secretário de Saúde, Carlos Felinto, informou por meio da assessoria que com pelo menos 50% dos partos sendo considerados de alto risco, há sobrecarga no serviço, o que levou ao governo a requisitar os serviços na rede particular.
“Vimos a necessidade desta complementação de serviço, pois a maternidade faz mais de cinco mil partos mês, com mais de três mil só de moradoras de Palmas e do total geral de parto, quase 50% é de alto risco o que demanda mais tempo de internação e resulta na sobrecarga. Com a unidade complementar, garantimos que o acolhimento das famílias seja mais célere e com a qualidade que merecem”, explicou.
A medida não tem prazo determinado e segundo a SES, seguirá enquanto houver necessidade dentro da rede pública de saúde.
Os valores para requisição dos serviços não foram citados, mas segundo a Saúde Estadual, pagamentos terão como parâmetro o disposto no Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS.
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