Você já se perguntou se existe uma idade em que a tristeza atinge seu auge? O economista David G. Blanchflower, da Universidade de Dartmouth, nos Estados Unidos, decidiu explorar essa questão em um estudo publicado pelo Escritório Nacional de Pesquisa Econômica dos Estados Unidos.
O estudioso analisou dados de satisfação pessoal em mais de 100 países, incluindo Brasil, México, Argentina, e Espanha, buscando identificar a ligação entre idade e bem-estar.
Mas, qual a idade em que a tristeza atinge seu auge?
Segundo Blanchflower, a felicidade ao longo da vida segue um padrão em forma de “U”. A infância representa um pico de satisfação, que diminui gradualmente até atingir o ponto mais baixo na faixa dos 40 anos.
Para quem vive em países desenvolvidos, o auge da tristeza ocorre, em média, aos 47,2 anos. Já em países em desenvolvimento, essa média sobe para 48,2 anos.
Apesar desse dado, há boas notícias: após esse período de maior descontentamento, os níveis de felicidade começam a subir novamente. Segundo o pesquisador, esse fenômeno pode estar relacionado à superação de desafios e à maior aceitação das mudanças que vêm com o tempo.
Os problemas da vida adulta
A chamada “crise da meia-idade” parece estar no centro dessa queda no bem-estar. Muitas pessoas nessa fase começam a refletir sobre a juventude que ficou para trás e a proximidade da velhice.
Essa percepção, somada a desafios financeiros ou profissionais, pode intensificar o sentimento de vulnerabilidade.
O estudo também aponta que questões financeiras desempenham um papel importante nessa fase. Dificuldades econômicas, como desemprego ou falta de perspectivas, tendem a agravar a insatisfação.
“Estar na meia-idade é viver um momento de maior sensibilidade e desafios. Isso torna a superação das adversidades ainda mais complexa”, explica Blanchflower.
Um olhar para o futuro
Blanchflower reconhece que o cenário pode variar de acordo com diferentes gerações, como os “baby boomers” e a “Geração Z”. Portanto, ele ressalta que essas tendências podem não se repetir em estudos futuros.
Ainda assim, a pesquisa nos lembra de algo essencial: mesmo nos momentos mais difíceis, a vida é dinâmica, e o equilíbrio emocional pode ser restaurado com o tempo.