Policiais escoltaram a paciente do Hospital Santo Amaro (HSA) até a Delegacia Sede de Guarujá (SP), onde ela preferiu ficar em silêncio. Exame de imagem mostra cápsulas de drogas no intestino grosso de uma mulher (à esq.) e algumas das embalagens já expelidas (à dir.), em Guarujá (SP)
Redes Sociais e Polícia Civil
A mulher de 38 anos investigada por ingerir drogas após dar entrada em um pronto-socorro de Guarujá, no litoral de São Paulo, foi presa preventivamente depois de receber alta hospitalar. Conforme apurado pelo g1, os policiais escoltaram a paciente do Hospital Santo Amaro (HSA) até a Delegacia Sede da cidade.
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A investigada deu entrada no Pronto-Socorro (PS) de Vicente de Carvalho com fortes dores no abdômen e crise convulsiva na noite do último dia 8. Ela foi encaminhada ao HSA após passar por um exame de imagem que identificou mais de 30 cápsulas na região do intestino.
A assessoria do HSA informou à equipe de reportagem que a paciente deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permaneceu internada sob escolta policial até receber alta hospitalar na tarde de sexta-feira (15).
O delegado Wagner Camargo Gouveia informou ao g1 que recebeu a mulher na Delegacia Sede da cidade para colher um depoimento formal dela. De acordo com ele, a investigada preferiu ficar em silêncio e teve a prisão preventiva decretada.
Vítima está internada no Hospital Santo Amaro, em Guarujá (SP)
Matheus Tagé/Arquivo/ A Tribuna Jornal
Segundo Wagner, a perícia constatou que a substância nas cápsulas era cocaína. A informação, antes considerada uma hipótese da Polícia Civil, foi confirmada após a mulher expelir as embalagens por meio de fezes e com auxílio de um procedimento médico.
Anteriormente, a SSP-SP informou que a mulher era investigada por ingerir entorpecentes e dar entrada no hospital. A equipe de reportagem entrou em contato novamente para mais informações e a pasta disse estar apurando o caso.
Riscos
Ao g1, o médico cirurgião do aparelho digestivo Joaquim Guimarães Neto considerou “impressionante” a imagem do exame. Segundo ele, as cápsulas estavam no intestino grosso da paciente, ou seja, a parte final do processo digestivo.
“A grande quantidade de droga até chama bastante atenção porque talvez tenha sido colocada por baixo. Talvez ela nem tenha tomado as cápsulas e depois isso tenha se alojado, porque está muito localizada só no intestino grosso”, afirmou o especialista.
Médico Joaquim Guimarães Neto analisou exame de mulher com cápsulas no intestino em Guarujá (SP).
Redes sociais e Divulgação
Ainda segundo o médico, a paciente corria risco de morte com os objetos no organismo. “O perigo é justamente essas cápsulas estourarem, ela absorver isso e morrer. É uma possibilidade real que isso ocorra porque a absorção da droga pelo intestino é rápida e pode levá-la à overdose”, explicou.
O médico revelou ter atuado na retirada de corpos estranhos em intestinos, mas nunca envolvendo entorpecentes. “Droga especificamente é menos frequente porque normalmente são casos direcionados a certos hospitais, a certas áreas”, finalizou.
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