De acordo com levantamento do MapBiomas, a proporção vegetal da capital paraibana passou de 7,4%, em 2003, para 17,1%, em 2023. João Pessoa Praia de João Pessoa Construção Civil de João Pessoa Construção Civil em João Pessoa
Kleide Teixeira/Arquivo
João Pessoa registrou um avanço na cobertura vegetal urbana, com a proporção de áreas verdes passando de 7,4% em 2003 para 17,1% em 2023, o que representa um ganho de 1.376,6 hectares. O dado é resultado de monitoramento realizado e divulgado pelo MapBiomas. Apesar do crescimento expressivo, a cidade ocupa a 15ª posição no ranking nacional.
A Paraíba é o 14º estado com maior proporção de vegetação nativa, tendo, no último relatório em 2023, 51% de vegetação nativa. O Brasil ainda tem 64,5% de seu território coberto por vegetação nativa; em 1985 eram 76%. A Caatinga perdeu 14% de vegetação nativa (8,6 milhões de hectares) entre 1985 e 2023, enquanto quase um quarto do bioma (23%, ou 11,5 milhões de hectares) já são de vegetação secundária.
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De acordo com Welison Silveira, secretário de Meio Ambiente de João Pessoa, a cidade conta com uma série de iniciativas que contribuem para esse aumento da vegetação, destacando a preservação de grandes áreas naturais. Entre elas estão a Mata do Buraquinho e uma série de parques municipais e estaduais, como o Parque do Aratu e o Parque das Trilhas.
“Grandes áreas protegidas, como a Mata do Buraquinho e os parques, tanto municipais quanto estaduais. João Pessoa tem 14 parques municipais, além do Parque do Aratu e do Parque das Trilhas, que são parques estaduais. Temos áreas de Mata Atlântica protegidas, como a barreira do Cabo Branco, a barreira do Bairro São José e a Barreira da Praia do Sol. Também temos os vales dos rios Jaguaribe, Timbó, Cuiá e Gramame, que estão em áreas protegidas. Contamos com áreas de praças arborizadas, principalmente aquelas com mais de 5 mil metros quadrados, além de arborização em vias públicas e em espaços privados”, afirmou o secretário de Meio Ambiente de João Pessoa, Welison Silveira.
Mata do Buraquinho, em João Pessoa, é um dos resquícios de Mata Atlântica na Paraíba
TV Cabo Branco/Reprodução
Para a professora e pesquisadora Janaína Barbosa da Silva, o aumento da vegetação na cidade é um reflexo das políticas públicas implementadas ao longo dos anos, com destaque para a criação de espaços como o Jardim Botânico na Mata do Buraquinho.
“O que vemos é a regeneração desses espaços. Como são áreas protegidas, elas se regeneram, se adensam e contribuem para esse acréscimo”, explica.
No entanto, a professora ressalta que o crescimento das áreas verdes em João Pessoa não deve ser visto apenas como uma conquista, mas também como um alerta para a necessidade de mais ações de preservação em outras regiões sensíveis, como as restingas e manguezais. Janaína também defende a implementação do IPTU Verde, um imposto que incentiva a preservação ambiental, como uma maneira de envolver ainda mais a população na proteção do meio ambiente urbano.
Janaína também destaca o impacto direto da vegetação na temperatura urbana, alertando que áreas com cobertura vegetal ajudam a reduzir o efeito da ilha de calor, um fenômeno comum em cidades com grande urbanização e pouca vegetação.
“Em espaços não arborizados, a temperatura pode aumentar em até 5°C, o que gera um desconforto térmico para a população. Além disso, a vegetação, especialmente a de manguezais e a Mata Atlântica, desempenha um papel crucial na absorção de gás carbônico, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas”, afirma.
MapBiomas mostra que ocupação urbana nas áreas de encosta está aumentando
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