O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nesta quinta-feira (14) que não é favorável à hipótese de anistiar condenados por atos antidemocráticos, em coletiva a respeito das explosões na Praça dos Três Poderes na noite desta quarta-feira (13).
“Eu não acho aceitável que se proponha anistia para esse tipo de pessoa”, disse.
“Não é razoável pessoas cometerem atos terroristas, pessoas atentarem contra um poder do Estado, tentarem vitimar policiais. Porque ele sabia que policiais iam à sua residência, e deixou lá um artefato para matar os policiais. Então, não estamos falando de um grupo de pessoas que quebrou um quadro ou quebrou uma cadeira. Estamos falando de ações violentas contra o Estado Democrático de Direito, estamos falando de ações gravíssimas, de terrorismo, te tentativa de homicídio que felizmente ficou na tentativa”, completou.
Rodrigues declarou ainda que existem “grupos extremistas ativos” no Brasil e que uma resposta “enérgica” das autoridades é necessária.
Ele destacou que a ação não foi um fato isolado e está relacionada a investigações da PF sobre grupos extremistas no Brasil. Ele também mencionou que o ataque está sendo tratado sob duas vertentes: como um ato de terrorismo e como um atentado ao Estado Democrático de Direito.
“Esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica. Entendemos que o episódio de ontem não é um fato isolado e que está conectado com fatos recentes que a Polícia Federal tem investigado. Estamos tratando esse caso sob duas vertentes: atos terroristas e atentado ao Estado Democrático de Direito”, afirmou Rodrigues.
O diretor da PF ressaltou que há indícios de que a ação foi premeditada e realizada após um planejamento de longo prazo.
“Há indícios de planejamento de longo prazo. Ele já esteve em Brasília outras vezes, inclusive no começo de 2023. Não foi uma coisa pensada de um dia para o outro. No vídeo, a pessoa fala das idas e vindas a Brasília. Havia toda uma preparação e esses elementos que nos apontam para a radicalização dessas pessoas. Eles vão às redes sociais, que hoje são terra de ninguém. De fato, foi uma ação premeditada”
Rodrigues também mencionou a possível ligação do suspeito com os atos de 8 de janeiro de 2023, embora ainda seja cedo para confirmar uma participação direta. A investigação já encontrou uma referência a uma pichação na estátua da Justiça, feita durante os atos de vandalismo daquele dia.
“É cedo dizer se houve participação direta ou não nos atos do 8 de janeiro. Essa pessoa estava aqui no início de 2023. Há uma mensagem escrita no espelho da residência fazendo menção a um ato de pichação que foi feito na estátua da Justiça (durante os atos)”, declarou Rodrigues.
O diretor da PF também indicou que a corporação está investigando a possibilidade de que Francisco Wanderley Luiz, o suspeito que cometeu o atentado, tenha contado com apoio financeiro de terceiros. A Polícia Federal já ouviu a proprietária da casa onde o suspeito morava, em Ceilândia, e realiza uma perícia para determinar se havia mais explosivos em um trailer encontrado nas proximidades da Câmara dos Deputados.
“A investigação dirá se essa pessoa agiu isoladamente, se houve apoio financeiro ou logístico.”