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Análise: As lacunas no elenco do Avaí para 2025

A temporada de 2024 além de ter sido um ano em que o Avaí não conseguiu alcançar os objetivos dentro de campo, ainda escancarou lacunas no atual elenco Azurra que não foram solucionadas até o fim do ano.

Com foco já na próxima temporada, a reportagem do Grupo ND realizou uma análise das lacunas existentes no atual elenco do Leão, baseada na forma de jogar da equipe comandada por Enderson Moreira.

Elenco do Avaí montado para 2024 não atingiu os objetivos dentro de campo – Foto: Leandro Boeira/Avaí F.C

Para iniciar a análise é importante compreender como é a disposição tática do Avaí, que parte de um 4-2-3-1, e as características de acordo como Enderson posiciona os jogadores, tendo diferenças entre posição e função.

Em organização ofensiva, ou seja, no momento em que o Avaí está postado para atacar, Enderson espalha a equipe em um 3-2-5, com Mário Sérgio compondo a linha de três zagueiros pela esquerda, enquanto Marcos Vinícius atua no ataque como um ponta pela direita.

Funções dos laterais do Avaí são diferentes – Foto: Tactical Pad/ND

A base do time utilizado foi a escalação mais recente, sendo que a maioria dos atletas utilizados são justamente os que obtiveram uma maior minutagem nesta reta final de temporada.

Defesa do Avaí

Durante a temporada, o principal ponto positivo do Avaí foi a defesa, que até o momento desta matéria é a quarta melhor da Série B ao lado do Operário-PR.

A dupla de zaga do Avaí apesar de ter demonstrado solidez durante a competição, aliada a boas atuações de César Augusto, demonstrou uma lacuna importante que nem Tiago Pagnussat, nem Gustavo Vilar ou Jonathan Costa conseguiram suprir durante a temporada.

Diversos foram os jogos em que a criação do Avaí ficou prejudicada na saída de bola, uma vez que os defensores disponíveis não tem como principal característica o passe vertical. Um zagueiro com características de construção auxiliaria neste ponto para 2025.

Tiago Pagnussat formou dupla de zaga com Gustavo Vilar em boa parte da temporada 2024- Foto: Beno Küster/AFC/ND

Já o lateral Mário Sérgio, apesar da boa relação com bola, tem como ponto mais forte de seu jogo a condução do que o passe vertical. O outro lateral, Marcos Vinícius, que tem um passe mais qualificado, é utilizado quase como um ponta direita no momento que a equipe está com a posse de bola.

Características dos titulares da defesa:

  • Marcos Vinícius: bom 1×1 ofensivo, passes de fora para dentro do bloco, finalização;
  • Tiago Pagnussat: bom jogo aéreo ofensivo e defensivo, boa proteção de área e bloqueio de finalizações;
  • Gustavo Villar: bom jogo aéreo ofensivo e defensivo, boa proteção de área e bloqueio de finalizações;
  • Mário Sérgio: consegue quebrar linhas de marcação com condução, bom 1×1 defensivo.

Meio-campo

No meio de campo, a principal lacuna ficou por conta de um volante com capacidade de pisar na área adversária. Pedro Castro, Willian Maranhão e Rodrigo Santos não tem essa característica como ponto mais forte de seu jogo. Além disso, muitas vezes os dois volantes do Avaí precisam receber de costas para a pressão na saída de bola, para tentar girar, jogar de frente e acelerar o jogo.

Quem teve uma presença de área mais ativa foi o volante Zé Ricardo, mesmo que atuando como primeiro volante. O atleta de 28 anos possui duas assistências e um gol e foi o principal destaque no meio de campo Azurra durante a temporada.

Zé Ricardo fez ótima temporada pelo Avaí em 2024 – Foto: Fabiano Rateke/AFC/ND

Características dos volantes do elenco:

  • Zé Ricardo: boa capacidade de passes verticais, condução de bola e capacidade de gerar linhas de passe para os companheiros, proteção a própria área, 1×1 defensivo;
  • Rodrigo Santos: Imposição física, proteção a própria área, condução de bola
  • Judson: Capacidade de desarme, consegue cobrir distâncias mais longas; tem dificuldade em gerar desmarques para linhas de passe e passes verticais;

Pensando em um “camisa 10”, Giovanni, apesar de não utilizar o número, foi o jogador que fez a função em 2024. Ainda que entre altos e baixos, o jogador conseguiu apresentar bons indicadores como passes para deixar os atacantes na cara do gol, finalizações de bola da área, além de bom posicionamento nas costas da linha de meio-campo adversária.

Além disso, o “ponta direita” do time de Enderson, na maioria das partidas, não era o jogador para fazer esse corredor. Pedro Castro, João Paulo e Andrey foram bastante utilizados no setor, saindo da direita e buscando o centro, próximos de Giovanni, isso para liberar o corredor para Marcos Vinícius. Contudo, nenhum deles conseguiu ter grande desempenho.

Enderson utilizava um meio-campista pelo lado direito, que buscava sempre o centro do campo para abrir corredor para Marcos Vinícius – Foto: TacticalBoard/Reprodução/ND

Características dos meias:

  • Giovanni: consegue gerar jogo no entrelinhas, jogar de costas para a pressão, bons passes verticais e finalizações de média distância; precisa ser mais regular;
  • João Paulo: funciona melhor quando parte de fora para dentro, tem dificuldade em jogar de costas para a pressão; tem bons passes verticais;
  • Jean Lucas: muito mais um condutor de bola do que um passador; tem boa finalização de média distância;
  • Andrey: bom passe vertical e finalização de média distância; precisa ser mais intenso e regular;
  • Pedro Castro: tem dificuldades em jogar de costas para a pressão; tem bom passe e finalização de média distância.

Ataque

Chegando no ponto fraco do Avaí na temporada, muitas foram as lacunas do atual elenco no sistema ofensivo da equipe.

Durante toda a temporada, faltou uma referência, um centroavante com maior capacidade de fazer o “pivô”, receber a bola de costas e segurar a zaga adversária. O clube chegou a procurar Léo Gamalho, hoje no Mirassol, ainda no início da temporada, mas o negócio não andou.

Poveda, que já deixou o clube, e Hygor, o atual titular, são melhores atacando os espaços, fazendo o movimento de facão, do que recebendo de costas. Vagner Love tem conseguido gerar mais jogo, muitas vezes descendo quase como um camisa 10.

Vagner Love ainda não desencantou pelo Avaí – Foto: Paulo Paiva/Sport Recife/ND

Características dos centroavantes:

  • Vagner Love: funciona melhor como um “falso 9” descendo para gerar jogo quase como um camisa 10; tem bom passe vertical e consegue finalizar com as duas pernas;
  • Hygor: vai muito bem atacando as costas da defesa em movimentos de facão; jogador rápido e com boa finalização; tem dificuldade em espaços mais curtos, quando muito marcado.

Além disso, a ponta esquerda virou uma dor de cabeça para o treinador do Avaí na reta final da temporada. Na posição, Enderson opta por um jogador de força, drible e profundidade. Garcez, que seria esse cara, vive péssima fase, William Pottker funciona melhor jogando pelo outro corredor, Pedrinho funciona melhor pelo lado direito. Com isso, o jovem Gaspar acabou ganhando a posição na reta final, com boas atuações.

Características dos pontas:

  • Garcez: força, velocidade e finalização; não vive boa fase e precisa melhorar as tomadas de decisão;
  • William Pottker: força e velocidade; não vive boa fase e normalmente funciona melhor em transições, com mais espaço para correr;
  • Pedrinho: drible e passe, jogador mais criativo e funciona melhor em espaços mais curtos; não vive boa fase e apresentou dificuldades em jogos de maior imposição física;
  • Gaspar: drible, passe e finalização; termina a temporada em alta, mas pode apresentar uma rotação maior nos jogos.
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