Em 10 meses, 31 golfinhos mortos foram registrados nas praias de Florianópolis. Isso significa um animal sem vida a cada 10 dias na costa da cidade. Desses, quase metade apresentaram sinais de interação humana. O levantamento é da Associação R3 Animal, que monitora os mares da região.
O balanço foi atualizado nesta terça-feira (12). O caso mais recente ocorreu em 1º de novembro, quando um golfinho do gênero Stenella foi identificado morto na Praia Brava, no norte da ilha. A causa da morte não pôde ser identificada devido ao estado avançado de decomposição do animal.
“Os profissionais realizam monitoramento diário em praias de Florianópolis, com o objetivo de resgatar animais marinhos debilitados e encaminhá-los para atendimento veterinário, além de recolher carcaças de animais marinhos mortos. A depender do estágio de decomposição, é realizada a necropsia para obter informações sobre a espécie e as condições da morte”, explica a instituição.
Quase metade dos golfinhos mortos em Florianópolis tiveram alguma interação humana
Segundo o R3 animal, 45,5% dos golfinhos mortos em 2024 apresentavam sinais de interações humanas. Ainda, 60% dessas interações estavam relacionadas à pesca. Nos demais, foram identificados ingestão de lixo.
“A interação com atividades pesqueiras representa um risco significativo para essas espécies, resultando em capturas incidentais que ameaçam suas populações. Golfinhos ficam presos em redes de pesca, sofrem ferimentos graves ou até morrem”, explica Emanuel Ferreira, oceanógrafo e gerente operacional do R3 Animal.
Espécie de golfinho que mais morreu em Florianópolis está ameaçada de extinção
Entre os golfinhos mortos neste ano na capital catarinense, 71% eram toninhas (Pontoporia blainvillei), uma pequena espécie de golfinho criticamente ameaçada de extinção, segundo lista nacional de espécies ameaçadas do ICMBio.
Esses animais habitam águas costeiras e rasas, onde estão frequentemente expostos a interações humanas.