Conhece alguém que não importa o contexto, sempre interrompe uma conversa para falar sobre o próprio ponto de vista? Esse tipo de comportamento pode significar diversos fatores, desde transtornos psicológicos a traços de personalidade.
O que significa quando uma pessoa sempre interrompe uma conversa?
1. Impulsividade ou falta de autocontrole
Pessoas impulsivas, que têm dificuldade em controlar seus impulsos ou esperar sua vez, podem interromper conversas sem perceber. Isso é comum em quem apresenta traços de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), ou em pessoas com dificuldades em interromper respostas automáticas.
Segundo o médico Russell Barkley, especialista em TDAH, esses sintomas surgem de déficits na função executiva do cérebro, a qual é a parte responsável por regular comportamentos, controlar impulsos e planejar ações.
Essa disfunção faz com que os pacientes tenham a falta de “controle inibitório”, a habilidade de reprimir respostas automáticas e esperar por sua vez para falar.
2. Baixa capacidade de escuta ativa
Algumas pessoas interrompem outras sem se dar conta por não praticarem a escuta ativa. Segundo Carl Rogers, um dos principais teóricos da psicologia humanista, essa prática requer que o ouvinte suspenda seus próprios julgamentos e se envolva genuinamente na experiência do outro.
Enquanto a escuta ativa está associada a maior empatia e entendimento nas interações sociais, a falta dela gera comportamentos como interrupção frequente.
Isso ocorre porque, ao invés de realmente escutar, elas estão mentalmente preparando o que querem dizer a seguir, o que dificulta a paciência para aguardar a fala do outro.
3. Entusiasmo e desejo de conectar-se
Uma pessoa que sempre interrompe uma conversa também pode ser animada e sentir desejo de participar do diálogo, especialmente quando o tema é de grande interesse.
Ela pode acreditar que, ao compartilhar algo imediatamente, estarão contribuindo de maneira construtiva ou criando uma conexão.
A pesquisa sobre comunicação emocional, realizada pela psicóloga Barbara Fredrickson, indica que emoções positivas, como entusiasmo, ampliam a atenção e impulsionam as pessoas a agirem rapidamente.
Em interações sociais, essa excitação é traduzida em uma comunicação mais ativa, o que pode incluir as interrupções. Fredrickson descreve isso como parte da “teoria da expansão e construção”, onde emoções positivas incentivam comportamentos cujo objetivo é criar conexões e aprofundar relacionamentos.