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Recém-nascido que morreu em Franca, SP, tinha hematomas pelo corpo e ruptura no fígado, diz IML; pais foram presos


Laudo aponta série de lesões pelo corpo de Micael Benício Freitas Bernardo, que morreu com 53 dias de vida. Há dois anos, mulher já havia tido outro bebê que morreu. Paulo Ricardo Borges Bernardo, de 22 anos, e Thalita Ariel Freitas de Camargos, de 25, são suspeitos de matar o filho recém-nascido em Franca, SP
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Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou uma série de lesões pelo corpo do bebê de 53 dias que morreu em Franca (SP) no final de outubro deste ano. Os pais dele, o pintor Paulo Ricardo Borges Bernardo, de 22 anos, e Thalita Ariel Freitas de Camargos, de 25, foram presos na terça-feira (5).
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Micael Benício Freitas Bernardo morreu menos de uma hora após dar entrada na Santa Casa de Franca, há duas semanas. De acordo com o boletim de ocorrência, o bebê chegou ao hospital apresentando quadro característico de parada cardiorrespiratória (veja abaixo detalhes).
Segundo o documento, obtido pelo g1, os legistas concluíram que Micael morreu em virtude de “hemorragia interna traumática volumosa, ocasionada por agente na natureza contundente”, o que quer dizer que houve um choque, uma batida ou uma queda que provocou a hemorragia.
Essa conclusão veio após a perícia encontrar as seguintes lesões no corpo do menino:
lesões cutâneas em diferentes tempos;
ruptura quase completa de lobo hepático direito;
laceração esplênica;
hematoma periostial craniano;
hemotórax bilateral.
“Tais lesões sugerem predomínio de agente contundente”, destaca o IML.
À reportagem, a advogada Talita Cardia, que defende Thalita, disse por meio de nota que a mãe do bebê é inocente.
“Ela sempre notificou a Justiça sobre seu novo endereço, nunca pensou ou agrediu seu filho, sempre cuidou do bebê com muito carinho e atenção. Está sofrendo com a perda do seu bebê, e só está aguardando o reconhecimento da sua inocência”, disse.
Uma advogada da Defensoria Pública foi nomeada para defender Paulo apenas para a designação da audiência de custódia, mas ela não seguirá com o caso.
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Mulher suspeita por morte do filho recém-nascido em Franca teve outro bebê que morreu com 39 dias de vida
Morte de outro bebê
Em março de 2022, Thalita teve outro bebê que morreu. Segundo informações registradas em boletim de ocorrência, o menino, nascido em 3 de fevereiro de 2022, morreu 39 dias depois.
Na época, de acordo com o relato policial, Thalita afirmou que, depois de dar banho e colocar o filho para dormir na casa em que vivia na Vila Santa Terezinha, o encontrou com “o corpo frio”. Ela também alegou que o menino tinha nascido com problemas respiratórios.
O boletim, que na época tratou o caso como “morte natural”, ainda registrou que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado, a equipe tentou socorrer a criança, mas que ela já apresentava sinais de equimose – termo técnico para definir manchas roxas na pele – e não resistiu.
“Perceberam que ele não acordou, foram verificar já estava com o corpo frio, acionaram o Samu. A equipe do Samu compareceu no local, tentaram socorrer a criança, mas não foi possível”, registra o boletim de ocorrência.
Paulo Ricardo Borges Bernardo e Thalita Ariel Freitas de Camargos foram presos suspeitos da morte do filho, de 53 dias, em Franca (SP)
Arquivo pessoal
Morte de Micael
Já em relação à morte de Micael, Thalita e Paulo são investigados pelo crime de homicídio qualificado, no âmbito da Lei Henry Borel, sancionada em 2022 e que, além de estabelecer medidas protetivas específicas para crianças e adolescentes vítimas de violência, considera crime hediondo o assassinato de menores de 14 anos.
Micael morreu menos de uma hora após dar entrada na Santa Casa de Franca, no dia 27 de outubro deste ano, quando ocorreu o segundo turno das eleições em Franca.
De acordo com o boletim de ocorrência, o bebê chegou no hospital por volta das 13h20 apresentando parada cardiorrespiratória e hematomas pelo corpo.
Exames de raio-x apresentaram provável fratura na região do crânio, além de fratura de costelas e água no pulmão. A Polícia Militar foi acionada por conta da hipótese diagnóstica de violência contra a criança.
Thalita, que por meio de sua defesa alega inocência e que está sofrendo pela perda do bebê, relatou que, no dia dos fatos, havia encontrado a criança passando mal depois de deixá-la em casa com o marido para votar e que, depois disso, chamou uma ambulância, e o menino foi encaminhado à Santa Casa.
Paulo, por sua vez, alegou que acidentalmente deixou o menino cair do colo enquanto o ensaboava, durante o banho. Até o fechamento desta notícia, o pai não tinha um advogado de defesa constituído.
Grupo Santa Casa de Franca
Henrique Novais/ Divulgação
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