Influenciadora Laura Loomer, conhecida por difundir teorias da conspiração, é considerada radical por trumpistas. Presença constante dela fez com que fosse apontada como amante do republicano. A influenciadora Laura Loomer desce do avião do republicano Donald Trump no aeroporto da Filadélfia no dia do debate entre Trump e Kamala Harris, em 10 de setembro de 2024.
Chris Szagola/ AP
Ao longo da campanha eleitoral de Donald Trump, começou a chamar a atenção da imprensa norte-americana a presença constante de uma jovem mulher que não só participava de comícios como viajava no avião de Trump junto do republicano.
Trata-se de Laura Loomer, uma influenciadora da extrema direita que compartilha teorias da conspiração e notícias falsas e foi considerada uma das principais conselheiras de Trump ao longo da corrida para a Casa Branca.
Loomer, de 31 anos, viajou no avião particular de Trump, de 78 anos, para atos de campanha em todo o país. A influenciadora estava ao lado dele na noite do debate em que o republicano enfrentou a democrata Kamala Harris, na Pensilvânia. E também acompanhava Trump na manhã seguinte na cerimônia pelos 23 anos dos atentados do 11 de setembro — que ela já afirmou ter sido uma armação.
Ao longo do ano, a presença frequente de Loomer nas viagens de campanha, apesar de não integrar oficialmente a equipe de Trump, fez com que ela fosse apontada como amante do republicano.
A esposa de Trump, Melania, se ausentou durante toda a campanha e só apareceu no comício final de Trump.
Nascida no Arizona, Loomer diz ser jornalista investigativa e já trabalhou para canais políticos de grupos de direita. Em 2020 e 2022, ela chegou a concorrer ao Congresso dos Estados Unidos com o apoio de Trump, mas perdeu a disputa.
Em uma entrevista durante um ato de campanha, Trump disse que Loomer era apenas “uma apoiadora”. Mas se atrapalhou ao esclarecer o papel da influenciadora em sua equipe.
“Ela é uma apoiadora minha, fala muito bem sobre a minha campanha. Não entendo por que você fez essa pergunta, não sei a que você se refere. Eu não a controlo. Laura faz o que quiser. Ela é um espírito livre. Ela é uma apoiadora minha, tenho muitos apoiadores”, disse, quando questionado por uma repórter sobre preocupações de republicanos com a aproximação entre o republicano e a influenciadora.
A preocupação entre os republicanos foi despertada por conta dos posicionamentos radicais de Loomer, que geraram críticas até por parte de trumpistas.
A influenciadora, que já classificou a si mesma como “islamofóbica orgulhosa”, compartilha constantemente teorias da conspiração em suas redes sociais — já afirmou, por exemplo, que o atentado às Torres Gêmeas de Nova York foi provocado pelo Pentágono.
Também faz postagens com comentários racistas. Em uma delas, disse que, “se a Kamala Harris vencer, a Casa Branca vai cheirar a curry”, em referência às raízes indianas da democrata.
Veio dela o incentivo para que Trump mencionasse o boato infundado de que imigrantes haitianos estão comendo gatos e cachorros na cidade de Springfield, em Ohio, durante o debate com Kamala, que reagiu com gargalhadas.
Laura Loomer, em Nova York, em 11 de setembro de 2024.
Matt Rourke/ AP
A influenciadora de extrema direita dos EUA Laura Loomer, com Donald Trump ao fundo, em 11 de setembro de 2024.
Matt Rourke/ AP
“Mande esses selvagens de volta”, disse Loomer em uma publicação em que compartilhava o falso rumor de que os haitianos estavam comendo animais de estimação de moradores.
Loomer chegou a ser banida do Facebook, do Instagram e do X por conta de suas postagens.
Desde que foi eleito, Trump ainda não disse se a influenciadora fará parte de seu governo — ela também não era integrante oficial da campanha. Mas o republicano, que já foi acusado em processos por violência sexual — três deles estupros — e nega todos, disse que a manterá perto.
“Essa mulher é maravilhosa”, disse o republicano ao chamá-la para discursar em um comício durante a campanha.
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