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Artesã aposta em peças feitas com cipó-titica e expõe cestas, vasos e vassouras em feira agro de RR


Maria das Chagas Gomes, de 73 anos, trabalha com cipó-titica há 30 e se dedica a tecer peças diversas usando a técnica. Exposição-Feira Agropecuária de Roraima (Expoferr) segue até sábado (9), no Parque de Exposições Dandãezinho, em Boa Vista. Maria das Chagas Gomes, de 73 anos, expões itens feitos com cipó-titica na Expoferr 2024
Caíque Rodrigues/g1 RR
🌾 Tem vassoura, travessas, cestos, potes e até vaso de plantas… Tudo feito com uma matéria prima em comum: o cipó-titica. Cada detalhe é trançado com delicadeza e cuidado pela artesã Maria das Chagas Gomes, de 73 anos — 30 deles dedicado ao cipó. Maria preparou um estoque de peças especialmente para expor e vender na Exposição-Feira Agropecuária de Roraima (Expoferr), que ocorre até o próximo sábado (9), na zona Rural de Boa Vista.
🚜 Saiba tudo sobre a Expoferr
👩‍🌾 Cipó-titica é uma fibra extraída de árvores amazônicas e é tradicionalmente usado por comunidades indígenas que tecem e confeccionam artefatos úteis para o dia a dia. Maria aprendeu a técnica por meio de cursos profissionalizantes. Hoje, as peças vendidas ajudam a complementar a renda da família. Ela vende os produtos com preços que variam entre R$ 10 e R$ 100.
ABC da Amazônia: cipó-titica
Cestas feitas por Maria das Chagas Gomes a partir da palha do cipó-titica
Caíque Rodrigues/g1 RR
“Aqui, estou vendendo jarros para decorar salas e colocar flores artificiais, o que fica muito bonito. Também vendo cestas que podem ser usadas em restaurantes para colocar materiais, como ketchup. As cestas podem ser usadas para frutas ou até para servir comida na mesa, como na hora do café da manhã”, disse a artesã ao g1, sobre as utilidades das obras que produz.
🧹 ‘Cipó com mil e uma utilidades’
O cipó-titica pode ser encontrado em toda a região de floresta amazônica em Roraima. À princípio, Maria das Chagas era quem pegava o cipó na mata. Mas, por entender que seria menos danoso ao meio ambiente – por conta da idade também – passou a comprar o material para fazer seus artesanatos.
Maria das Chagas Gomes vende suas criações com preços que variam de R$ 10 a R$ 100
Caíque Rodrigues/g1 RR
“A gente não planta o cipó, ele não cresce em qualquer lugar, mas sim nas florestas, em árvores específicas. Quando o material está pronto, ele pode ser retirado diretamente do chão na floresta. Antes, eu mesma retirava, mas hoje prefiro comprar o material. Quando eu era mais jovem, ia até a floresta, mas agora faço a compra”, conta.
Cestas, travessas, jarros e vasos são feitos a partir de cipó-titica pela artesã Maria das Chagas
Caíque Rodrigues/g1 RR
E ela sempre planeja como será cada peça. Em casos de vasos de plantas grandes, passa até um dia inteiro na confecção que exige habilidade nos dedos para trançar e tecer cada fibra e palha do cipó. É preciso técnica – e disso Maria entende bem.
“A ideia de trabalhar com esse material surgiu quando uma senhora deu cursos em Rondônia. Ela nos ensinou a fazer objetos de artesanato com esse material, e meu irmão também ajudou”.
“Começamos a trabalhar com isso tem quase 30 anos. A gente ama, criamos paixão por essa arte”, disse a artesã.
Vassouras também são feitas a partir do cipó-titica e estão expostas na Expoferr 2024
Caíque Rodrigues/g1 RR
Esta não é a primeira vez de Maria na Expoferr – ela sequer se lembra quando começou a expor na feira. E as expectativas de venda são das melhores.
“Temos a expectativa de conseguir mais clientes. Temos um bom movimento, as pessoas compram as cestas e outros itens. Algumas vezes, as pessoas fazem encomendas. Isso ajuda a manter o trabalho”, disse.
🐂 Expoferr 2024
43ª Edição da Exposição-Feira Agropecuária de Roraima (Expoferr) inicia nesta terça-feira (5)
Caíque Rodrigues/g1 RR
A 43ª edição da feira começou nessa terça-feira (5) e segue até o dia 9 de novembro no Parque de Exposição Dandãezinho, localizado no Monte Cristo, zona Rural de Boa Vista.
Chamada pelo governo de “Expoferr Show”, a feira agropecuária é organizada pela Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi), em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Roraima (Faerr).
Este ano, o espaço da feira deve tem mais de 93 mil m² em infraestrutura montadas no Dandãezinho. A expectativa é receber 500 mil pessoas nos cinco dias de festa e movimentar R$ 600 milhões em negócios.
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