É de Florianópolis a praia catarinense eleita recentemente como uma das Reservas Nacionais de Surfe, a primeira de Santa Catarina. Localizada na região Leste da Ilha da Magia, Praia de Moçambique é o nome dela, a mais extensa de Floripa.
Além obviamente das ondas constantes e relevantes para o surfe, outros critérios foram considerados na eleição da praia florianopolitana. A cultura e a história do esporte no local, as características sociais e ecológicas, além do engajamento comunitário e sustentabilidade da reserva foram os outros. Em todos eles, Moçambique “daz um banho”, como dizem os manezinhos da ilha.
A seguir saiba exatamente o que são as Reservas Nacionais de Surfe, o que muda na praia depois de sua eleição, como são suas ondas e o que mais fazer por lá além de surfar.
O que é uma Reserva Nacional de Surfe?
As Reservas Nacionais de Surfe são propostas pelas comunidades locais de surfe e eleitas pelo Programa Brasileiro de Reservas de Surf, com base nos critérios mencionados anteriormente, sob coordenação do Instituto Aprender Ecologia e da ONG Conservação Internacional – Brasil. Esta foi a primeira edição do projeto que é baseado em iniciativas parecidas ao redor do mundo.
A intenção é a cada ano eleger uma ou mais reservas pelo Brasil. Além da Praia de Moçambique, em Florianópolis, outras três praias foram eleitas: a do Francês (Alagoas), Itamambuca (São Paulo) e Regência (Espírito Santo). A catarinense Praia do Sumidouro, em São Francisco do Sul, também concorreu, mas não se elegeu.
Para que serve uma Reserva Nacional de Surfe
Eleger reservas vai muito além de reconhecer um lugar como bom à prática esportiva. A intenção é usar da cultura do surfe, e sua intensa conexão com a natureza, para engajar pessoas em ações de conservação ambiental e promoção da qualidade de vida saudável.
Na prática, toda praia que é reconhecida como Reserva Nacional de Surfe terá um comitê local, auto-organizado e com representação de diferentes setores, responsável por planejar ações e metas que equilibrem conservação e uso sustentável do local.
Isso não significa que o lugar sofrerá regras de restrição de acesso, mas que a legislação ambiental em vigor será devidamente cumprida e o ambiente cuidado por todos.
Isso inclui cuidar do mar e de todas as condições que tornam possível as boas ondas; proteger a biodiversidade de fauna e flora do entorno; e olhar para as pessoas que vivem ali, considerando ações para fortalecer a cultura, a qualidade de vida e a economia local. O conjunto desses três pontos forma o que se chama de ecossistema do surfe e são fatores que tornam cada lugar único e especial.
Esse modelo de gestão e cuidado do meio ambiente a partir da comunidade do surfe é inovador, inspirador e busca por meio de ações locais contribuir com agendas globais para frear a crise climática no planeta.
Como são as ondas na Praia de Moçambique
Consistentes ao longo do ano todo, as ondas na Praia de Moçambique podem variar de 0,5 a 2,5 metros. Em dias de ressaca, a superfície no mar pode alcançar quatro metros de ondulação. No meio da praia há bancadas (composição de areia, pedra ou coral do fundo do mar) propícias para a formação de ondas tubulares e longas, dependendo do movimento das águas.
Por conta das ondas potentes, essa parte da praia é um local privilegiado de treino para quem deseja surfar em locais como o Hawaii, a Indonésia, entre outros.
A Ponta das Aranhas (no canto Norte) é o lugar onde se forma o pico icônico para o surfe, com uma das melhores ondas de toda Floripa, quando o vento é nordeste e a ondulação é leste. Já ao Sul da Praia, na Barra da Lagoa, é um local bom para iniciantes, com ondas mais suaves.
O que mais fazer na Reserva Nacional do Surfe?
Como as ondas estão para o surfe, o mar em Moçambique requer atenção para banho. A condição das águas pode mudar rapidamente e as correntes de retorno são perigosas. Por isso, os banhistas precisam ficar atentos às sinalizações de segurança e às orientações dos salva-vidas.
Fora o mar, o visitante tem 12,5 quilômetros de areia para caminhar na praia mais extensa de Florianópolis. Se preferir, pode andar a cavalo beirando o mar. Isso mesmo! Um haras da região organiza passeios que percorrem trilha, dunas e vegetação. Basta agendar.
Parte do percurso é feito por dentro do Parque Estadual do Rio Vermelho, um parque ecológico que fica na rodovia paralela à praia. Atração a se conhecer estando em Moçambique, com possibilidade de transporte de barco até a Costa da Lagoa e trilhas.
Por fim e por falar nelas, a trilha do Morro das Aranhas (ao Norte) o leva até a Praia do Santinho, onde fica o famoso Resort Costão do Santinho. Já do lado Sul, você tem acesso direto pela areia à charmosa Praia da Barra da Lagoa, que é uma continuação de Moçambique.
Outras boas praia para o surfe em Florianópolis
Além da mais nova Reserva Nacional de Surfe, Florianópolis tem outras praias com boas ondas para a prática do esporte. Algumas delas são: a Praia da Joaquina, com pico no costão esquerdo; Praia Mole, que é point de surfistas; Praia Morro das Pedras; a paradisíaca Praia do Matadeiro, cujo acesso é por trilha; e a badalada Praia Brava.