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“Utopia” ou “distopia”? Entenda a diferença entre os conceitos

“Utopia” ou “distopia”? Entenda a diferença entre os conceitosLudimila Ferreira

O rascunho da redação de um candidato do Enem 2024 citando o grupo de k-pop Aespa viralizou no X (antigo Twitter) no último final de semana. Diversos usuários da rede estão se questionando se o estudante teria fugido do tema proposto pela banca este ano: “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil“. Mas, para além disso, o participante ainda escreve que no videoclipe do grupo musical é retratado um “futuro distópico” no qual o mundo é perfeito. Ops! Será que ele queria dizer “utópico“?

Citar K-pop pode até não descontar pontos da redação, mas erros de semântica, sim. Entenda.

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O que é utopia?

De acordo com o Dicionário Michaelis, “utopia” é um conceito que se refere a uma “sociedade com um sistema social, político e econômico ideal, com leis justas e dirigentes e políticos verdadeiramente empenhados no bem-estar de seus membros”.

Isso pode ser visto, por exemplo, no videoclipe indicado pelo candidato no início deste texto. A utopia indica um plano ou sonho irrealizável, difícil de acontecer, como um mundo sem desigualdade sociais.

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O que é distopia?

Para as distopias, por incrível que pareça, existem exemplos mais práticos. Vemos este tipo de narrativa o tempo todo, principalmente no cinema. “O Conto da Aia”, de Margaret Atwood e “Jogos Vorazes”, de Suzanne Collins são apenas alguns exemplos de distopias que ficaram famosas nos últimos anos.

De acordo com o Dicionário Michaelis, “distopia” é “qualquer descrição imaginativa de um país, de uma sociedade ou de uma realidade em que se vive em condições de extrema opressão ou em regime totalitário”.

Ou seja, enquanto a utopia refere-se a um mundo perfeito, a distopia retrata o completo oposto, um mundo de terror – mesmo que apenas para alguns grupos.

Perdendo pontos com a banca do Enem

Trocar “utopia” por “distopia” na redação muda completamente o que um candidato gostaria de dizer, já que estas duas palavras possuem significados opostos e o domínio da Língua Portuguesa é uma das habilidades avaliadas pela banca na correção. Entre os desvios penalizados, estão a ortografia e emprego de vocabulário preciso.

Isso quer dizer que as palavras selecionadas pelo candidato deverão ser usadas em seu sentido correto no contexto em que aparecem. Logo, trocar “utopia” por “distopia” muda o sentido da argumentação. De acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), “a frequência com que essas falhas ocorrem no texto e o quanto elas prejudicam sua compreensão como um todo é o que ajudará a definir o nível em que uma redação deve ser avaliada na Competência I”.

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