Iniciativa é promovida pela Fundação Roberto Marinho e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Evento de premiação acontece nesta quarta-feira (6). Ação premia iniciativas científicas de escolas públicas de SP.
Michal Jarmoluk para Pixabay
A 3ª edição do Prêmio Ciência para Todos oficializa nesta quarta-feira (6) os grandes vencedores em um evento de celebração que acontece no Museu Catavento, em São Paulo.
Serão premiadas seis escolas públicas de São Paulo por incentivar o desenvolvimento de atividades científicas e promover o engajamento de estudantes e da comunidade escolar com a ciência e suas aplicações na educação e na vida.
🏅 Categoria “Ensino Médio”: IFSP (Campinas), E.E Severino Moreira Barbosa (Cachoeira Paulista) e E.E Padre Fidelis (Tanabi)
🏅 Categoria “Ensino Fundamental”: E.E Jesuíno de Arruda (São Carlos) e EMEF Dr. João Maria de Araújo (Botucatu) e EMEF Ermides Barsaglini Gulla (Gavião Peixoto).
Promovida pela Fundação Roberto Marinho e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a iniciativa tem como objetivo aproximar os jovens da ciência.
Prêmio Ciência Para Todos reconhece projetos de pesquisa conduzidos por alunos e professores da rede pública de SP.
Divulgação
O prêmio mobilizou cerca de 180 escolas das redes estadual e municipal do estado de São Paulo, além de institutos federais de ensino médio técnico e profissionalizante e o Centro Paula Souza.
Para terem seus projetos de implementação avaliados pela banca, estudantes e professores participaram de jornadas formativas em plataforma online do Canal Futura e da Fundação Roberto Marinho, com orientações sobre o desenvolvimento de projetos de pesquisa e produção audiovisual, com certificação para todos ao final.
Os professores e estudantes premiados terão a oportunidade de visitar um centro de pesquisa apoiado pela FAPESP (inclui transporte, alimentação e mediação pedagógica). Os professores proponentes, responsáveis pelos projetos e orientadores das equipes premiadas, receberão também um notebook.
Projetos premiados
Menstruei, e agora?? Absorvente na hora!!
No IFSP Campus Campinas, o projeto realizado por estudantes do ensino médio com orientação do professor Edson Duarte, desenvolveu um distribuidor automático de absorventes individuais para uso emergencial de quem menstrua na escola. Atualmente, o produto é regulamentado e distribuído gratuitamente na instituição, mas, quem precisasse, tinha que ir até a secretaria, que fica distante do banheiro, para solicitar o absorvente. Além disso, compartilhar com os funcionários a informação, na maioria das vezes pode ser bem desconfortável. A proposta do grupo busca resolver o problema e facilitar o acesso ao produto no banheiro da escola.
Estudo etnobotânico de plantas medicinais utilizadas por moradores da zona rural de Cachoeira Paulista-SP
A E.E Severino Moreira Barbosa, de Cachoeira Paulista, venceu com o projeto desenvolvido por Luiziene Alves, estudantes do Ensino Médio. Os estudantes visitaram moradores da região que utilizam plantas medicinais para entender o processo (desde a coleta das espécies, passando pelo preparo, armazenamento e utilização), também coletaram algumas amostras para catalogação após período de prensagem e realizaram uma pesquisa com outros colegas e familiares para entender o nível de familiaridade deles com o tema. Como resultado, um jogo de plantas medicinais foi criado para testar conhecimentos e ensinar a respeito da medicina natural.
Água e meio ambiente
A E.E. Padre Fidelis, de Tanabi, conquistou o prêmio com o projeto desenvolvido por alunos do Ensino Médio do Itinerário Técnico em Agronegócio, com orientação da professora Doutora Natália Regina Cesaretto. A pesquisa busca realizar as seguintes ações: revitalizar os espelhos d’água em conjunto com o trabalho que a Prefeitura Municipal já realiza na região; analisar e acompanhar a evolução da água do espelho que será revitalizado, conscientizando a população sobre a importância de preservar o meio ambiente; fazer o reflorestamento ambiental da área; fazer um estudo sobre a piscicultura; e realizar a soltura e criação de peixes no local, para que as populações carentes que residem ali próximo, possam desfrutar como lazer e alimento.
Com que roupa eu vou? Desconstruindo estereótipos de gênero, para construir um ambiente escolar mais inclusivo
Em São Carlos, a E.E. Jesuíno de Arruda foi premiada com o projeto, desenvolvido por estudantes de Ensino Fundamental com orientação da professora Simoni Camila Bogni. A ideia é analisar o comportamento dos estudantes em relação à desigualdade de gênero presente no ambiente escolar e desenvolver ações práticas para combatê-la. A pesquisa analisou a sensibilidade quanto ao tema pelos alunos de cada gênero, abordando liberdade de expressão, situações de desigualdade de gênero, vestimenta e se já se sentiram excluídos pelo gênero em alguma atividade. A partir dos dados, uma série de atividades foram realizadas: ação de conscientização sobre machismo, ação contra a rivalidade feminina, batalha de rimas femininas (Batalha das Minas), e ainda uma ação dedicada ao compartilhamento de talentos femininos. As atividades foram positivas, não apenas diminuindo os conflitos e estimulando a colaboração entre os alunos, mas também fortalecendo o senso de comunidade e o pertencimento dos membros da escola.
Práticas transformadoras na educação escolar: uso de um Parque Ecológico Municipal como recurso pedagógico para a popularização da Ciência e da Educação Ambiental
Na EMIF Ermides Barsaglini Gulla, da cidade de Gavião Peixoto, estudantes do Ensino Fundamental e a professora Laís Pieroni desenvolveram o projeto. A pesquisa teve origem em um problema levantado pelos alunos sobre a subutilização do Parque Ecológico Municipal de Gavião Peixoto em aulas práticas, além da falta de um programa de visitas monitoradas para escolas. Assim, o grupo buscou entender a importância do território em questão para estudantes e moradores da região, aproveitando o espaço como recurso pedagógico interdisciplinar e incentivando a interação entre escola e comunidade local.
Mentes saudáveis, futuro brilhante: promovendo a saúde mental dos jovens
A EMEF Dr. João Maria de Araújo, em Botucatu, garantiu o prêmio com o projeto desenvolvido por estudantes do Ensino Fundamental: com orientação do professor Vinicius Nunes Alves. O grupo se propõe a incentivar a investigação e compreensão do assunto, além da produção de materiais sobre a saúde mental na adolescência por meio das etapas de investigação literária do tema, contato com especialistas da área, produção de materiais e divulgação. Uma pesquisa com jovens de 14 a 19 anos foi realizada na instituição, e uma palestra com a temática de saúde mental foi ministrada pela Profa. Titular da FMB-UNESP e especialista em Psiquiatria, Dra. Maria Cristina Pereira Lima, que ocorreu na UNIPEX-FMB-UNESP. Além disso, os estudantes fizeram visitas aos laboratórios de pesquisa da Unidade de Pesquisa Experimental (UNIPEX) da FMB-UNESP, com o intuito de ensinar sobre a importância das pesquisas científicas em saúde física e mental. Um protótipo de aplicativo com um questionário sobre a saúde mental dos jovens utilizado na instituição também foi elaborado no trabalho, em parceria com o tecnólogo Sr. André Pagnin, servidor da UNIPEX – FMB-UNESP.