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Netanyahu destitui ministro da Defesa em meio às guerras em Gaza e no Líbano

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (E), e o então ministro da Defesa, Yoav Gallant, durante coletiva de imprensa na base militar de Kirya, em Tel Aviv, em 28 de outubro de 2023ABIR SULTAN

Abir SULTAN

O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, destituiu, nesta terça-feira (5), o ministro da Defesa, Yoav Gallant, justificando uma perda de confiança entre ambos, e o substituiu pelo chanceler do país, em meio às guerras contra o Hamas em Gaza e o Hezbollah no Líbano.

O anúncio foi feito de surpresa, algumas horas antes dos resultados das eleições presidenciais nos Estados Unidos, principal aliado de Israel.

“Em plena guerra, a confiança é mais necessária do que nunca entre o primeiro-ministro e o seu ministro da Defesa”, afirmou Netanyahu em uma carta dirigida a Gallant.

No entanto, “nos últimos meses, essa confiança se deteriorou”, continuou o primeiro-ministro, acrescentando que decidiu “nomear o ministro Israel Katz para substituí-lo”.

Katz, até então ministro das Relações Exteriores, reafirmou sua vontade de vencer o “inimigo”.

“Vamos trabalhar juntos para (…) alcançar os objetivos da guerra”, disse, citando o retorno dos reféns sequestrados pelo Hamas, a destruição do grupo islamista em Gaza, a derrota do Hezbollah no Líbano, a contenção da agressão iraniana e o retorno dos deslocados israelenses do norte e sul do país.

Katz será substituído por Gideon Saar, um ministro sem pasta no governo israelense, anunciou Netanyahu.

Gallant, um ex-general convertido em político, era considerado um “falcão” dentro do governo israelense pelas operações que comandou após o ataque sangrento do Hamas contra o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra em Gaza.

Ele também se destacou na guerra que Israel trava desde setembro contra o movimento pró-iraniano Hezbollah no vizinho Líbano.

Mas o até então ministro da Defesa era favorável a um cessar-fogo com o Hamas em Gaza, com o objetivo de garantir a libertação dos reféns. Netanyahu, por outro lado, prioriza a aniquilação do movimento islamista, que governa Gaza desde 2007.

“Surgiram divergências significativas entre o senhor Gallant e eu na direção da campanha (militar), acompanhadas de declarações e ações que contradiziam as decisões do governo e do gabinete”, disse o chefe do governo israelense.

Os esforços diplomáticos para alcançar um cessar-fogo no território palestino fracassaram desde a trégua de uma semana alcançada em novembro de 2023. O cessar-fogo permitiu a liberação de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos.

– “Missão da minha vida” –

“A segurança do Estado de Israel foi e sempre será a missão da minha vida”, reagiu Gallant na rede social X.

Após o anúncio de Netanyahu, centenas de israelenses saíram às ruas em Tel Aviv para protestar contra sua destituição, constatou um jornalista da AFP. Eles também exigiram que o governo alcance um acordo com o Hamas para libertar os reféns ainda em cativeiro em Gaza.

“Esperamos que o novo ministro da Defesa, Israel Katz, dê prioridade a um acordo sobre os reféns”, afirmou o Fórum das Famílias de Reféns, a principal associação de familiares dos capturados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.

Naquele dia, os milicianos do Hamas mataram 1.206 pessoas, em sua maioria civis, e capturaram 251, de acordo com um levantamento da AFP com base em dados oficiais israelenses, que incluem os reféns mortos.

Das 251 pessoas capturadas, 97 permanecem retidas em Gaza, incluindo 34 que, segundo o exército, estão mortas.

Em resposta, Israel prometeu destruir o Hamas e lançou uma ofensiva que já deixou 43.391 mortos em Gaza, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do território, os quais a ONU considera confiáveis.

Além do conflito em Gaza, Israel também trava uma ofensiva no Líbano contra o movimento Hezbollah, aliado do Hamas.

A formação pró-iraniana abriu uma frente contra o Israel há mais de um ano em apoio ao Hamas, mas o conflito se tornou uma guerra aberta em setembro.

Nas últimas semanas, Gallant havia reiterado que o objetivo de Israel é permitir o retorno de cerca de 60.000 habitantes do norte de seu território, deslocados pelos incessantes disparos de foguetes do Hezbollah.

“A ação militar” é “a única forma de garantir o retorno das comunidades do norte de Israel às suas casas”, disse ele em 16 de setembro ao enviado dos Estados Unidos, Amos Hochstein, durante uma visita a Israel.

Netanyahu fez “bem” em destituir Gallant, reagiu o ministro de Segurança Interna, Itamar Ben Gvir, do partido de extrema direita Otzma Yehudit.

“Não será possível alcançar a vitória absoluta” com Gallant à frente do exército, afirmou em um comunicado no Telegram.

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