Trump e Kamala na Pensilvânia, nesta segunda-feira (4).
Andrew Kelly e Kevin Lamarque/Reuters
A eleição nos Estados Unidos está completamente indefinida, empatada, não dá para prever o resultado.
Só é possível garantir que, se perder, Donald Trump não vai aceitar e vai repetir seu discurso de fraude.
A vantagem é que, desta vez, ele não está mais na Casa Branca e não terá o poder de tentar interferir nos resultados como tinha quando era presidente e perdeu a eleição para Joe Biden.
Essa é a avaliação da equipe direta do presidente Lula sobre a disputa nos EUA. Dentro do Palácio do Planalto, as atenções hoje estarão divididas entre a eleição norte-americana e o programa de proteção ao arcabouço fiscal.
Assessores de Lula dizem que é o melhor a fazer agora é focar no que está sob a responsabilidade do governo e fazer o dever de casa na economia. O que significa fazer um programa fiscal forte para salvar o arcabouço fiscal.
Em relação aos Estados Unidos, a torcida é mesmo pela vitória de Kamala Harris, mas hoje não é possível garantir isso.
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Em uma eventual vitória de Trump, o governo terá de contar com uma economia reforçada para sobreviver aos solavancos que virão dos Estados Unidos, com tendência de inflação e juros mais altos por aqui.
Nesta linha, o governo Lula espera contar com o apoio do Congresso para aprovar as medidas fiscais que podem ser anunciadas ainda nesta semana.
No mercado, há uma expectativa de que o programa de proteção do arcabouço fiscal seja robusto o suficiente para reduzir as tensões entre investidores.
Caso o programa não seja forte o suficiente para garantir a sobrevivência do arcabouço fiscal, líderes partidários prometem incluir medidas para atingir esse objetivo.
Uma delas é colocar os gastos do programa Pé de Meia dentro do Orçamento. Segundo líderes, hoje eles estão fora do Orçamento e fora do arcabouço fiscal. Neste ano, são R$ 3 bilhões, mas há projeções do governo falando em R$ 20 bilhões no futuro.
A equipe econômica vai apresentar a proposta ao presidente Lula. Se ela não for aprovada pelo petista, os partidos mais de centro da base aliada devem providenciar essa inclusão no programa durante sua votação no Congresso.