Polícia Federal confirmou que os assassinatos ocorreram devido às fiscalizações realizadas por Bruno Pereira na região do Vale do Javari, interior do Amazonas. “Colômbia” suspeito de mandar matar Bruno e Dom.
Rede Amazônica.
Tráfico de drogas, pesca ilegal e múltiplas identidades. O lastro de criminalidade que segue Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, veio a tona após os assassinatos do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, ocorridos em junho de 2022. Pouco mais de dois anos após as mortes, Villar foi indiciado pela Polícia Federal (PF) como mandante do crime.
Segundo a investigação, “Colômbia” forneceu cartuchos para a execução do crime, patrocinou financeiramente as atividades da organização criminosa e interveio para coordenar a ocultação dos cadáveres das vítimas. A PF confirmou que os assassinatos ocorreram devido às fiscalizações realizadas por Bruno Pereira na região.
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Aos moradores de Benjamin Constant, cidade do interior do Amazonas onde morava, Villar se apresentava como empresário. Ele possuía uma residência no município e outra em Islândia, no Peru.
Desvendar a verdadeira identidade do acusado, no entanto, foi um dos primeiros desafios encarados pelos investigadores.
PF prende Colômbia, suspeito de ser mandante das mortes de Dom e Bruno
Reprodução
Apesar do apelido ‘Colômbia’, o homem é de nacionalidade peruana e foi preso em flagrante por uso de documento falso ao comparecer à sede da PF, em Tabatinga, no interior do Amazonas, em 8 de junho de 2022, para alegar não ter envolvimento com as mortes do indigenista e do jornalista.
Inicialmente, ele apresentou aos oficiais uma identidade falsa brasileira, em nome de Rubens Villar Coelho. Ele ainda chegou a mostrar aos policiais uma identidade colombiana, em nome de Ruben Dario da Silva Villar; e teria uma terceira, de origem peruana.
No decorrer das investigações, as autoridades constataram que o homem é suspeito de chefiar uma quadrilha de pesca ilegal em áreas indígenas no Vale do Javari, no Amazonas, e investigado por envolvimento com tráfico de drogas.
“Colômbia” paga despesas de pescadores que atuam ilegalmente em áreas indígenas. Quadrilhas lideradas por ele também escondiam cocaína em carregamentos de pescado, constatou a PF.
A prisão, no entanto, durou pouco mais de 4 meses. Em outubro de 2022, a Justiça Federal do Amazonas concedeu a ele liberdade provisória, em decisão que alegava que a PF ‘não reuniu um único elemento de ligação dele com as mortes’.
Na ocasião, foram submetida a medidas cautelares, como o pagamento de uma fiança de R$ 15 mil, uso de tornozeleira eletrônica e proibição de moradia em Manaus.
Em dezembro daquele ano, foi novamente preso por descumprimento das condições impostas pela Justiça e conduzido a um presídio em Manaus. Atualmente, ele está preso em um presídio de segurança máxima.
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Pesca ilegal
O nome de “Colômbia” vem sendo citado por moradores desde o início das investigações do caso. Há relatos de que ele é chefe de uma quadrilha de pesca ilegal na região da Terra Indígena Vale do Javari, que tem parte do território dentro da cidade de Atalaia do Norte, no Amazonas.
Os pescadores Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como ‘Pelado’, Jefferson da Silva Lima, o ‘Pelado da Dinha’, apontados como executores de Bruno e Dom, integravam o grupo criminoso.
No documento encaminhado à Justiça, na última sexta-feira (1º), a PF mostra como funcionava a organização criminosa coordenada por Colômbia em Atalaia do Norte. O grupo praticava pesca e caça predatória, de forma ilegal, invadindo territórios indígenas.
A ação irregular dos criminosos em áreas de proteção ambiental provocou impactos socioambientais, como o risco a espécies de peixes e à segurança dos moradores.
A Rede Amazônica tentou contato com a defesa de Ruben Dário da Silva Villar, o ‘Colômbia’, mas até o momento não houve retorno.
PF indicia ‘Colômbia’ como mandante das mortes de Bruno e Dom