Levantamento feito pela rede Dasa, dona dos laboratórios Sérgio Franco, Lâmina e Bronstein, apontou crescimento de 7% na última semana. Na capital, vacinação contra influenza segue lenta, com apenas 8% do público-alvo vacinado. Na capital fluminense, vacinação contra influenza segue lenta, com apenas 8% do público-alvo vacinado.
Secom
O número de casos de gripe provocados pelo vírus influenza no Rio de Janeiro vem crescendo nas últimas semanas. Segundo um estudo do Grupo Dasa, que conta com mais de 140 laboratórios no estado, a taxa de positividade em testes da doença chegou a 28,9% na semana entre os dias 3 e 9 de abril.
Os números representam um aumento de 7%, na comparação com a semana anterior, entre os dias 27 de março e 2 de abril, segundo o levantamento feito pela rede Dasa, dona dos laboratórios Sérgio Franco, Lâmina e Bronstein.
A campanha nacional de vacinação contra a gripe segue em andamento até o dia 31 de maio. O objetivo é vacinar idosos com mais de 60 anos, crianças de 6 meses a 6 anos, gestantes, puérperas, povos indígenas, entre outros grupos prioritários.
De acordo com o médico infectologista Alberto Chebabo, a tendência é que o número de casos de gripe no Rio de Janeiro continue aumentando nas próximas semanas. Segundo ele, a influenza é um vírus com transmissão sazonal e que o aumento de pacientes deve ocorrer até o mês de julho.
“A tendencia é que essa positividade continue a subir, até porque a gente ainda ta iniciando o período de sazonalidade de influenza. A Influenza começa a aumentar normalmente em abril e maio e vai até o inverno. No Rio, vai até junho, julho, no máximo. E depois começa a cair”, explicou Chebabo.
A maior preocupação dos especialistas é com o grupo de pessoas mais sensíveis ao vírus da gripe, como crianças e idosos.
“Existe a preocupação que a gente tenha ainda um período maior de transmissibilidade, de aumento do número de casos e de casos graves para aquela população mais frágil”, alertou o infectologista.
Vacinação lenta no Rio
Apesar dos números apontarem para o aumento constante dos casos de gripe no Rio, a vacinação na capital do estado ainda não decolou.
Quase uma semana depois do início da campanha nacional de vacinação contra a gripe, apenas 8% do público-alvo recebeu a vacina contra a influenza no Rio. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, cerca de 180 mil doses da vacina foram aplicadas na capital fluminense.
Vacinação vai até o dia 31 de maio.
Guilherme Sircili
A campanha atual acontece em etapa única até o dia 31 de maio. As autoridades de saúde esperam alcançar a cobertura de 90% dos grupos prioritários, o que corresponde a cerca de 2 milhões de cariocas.
A Secretaria Municipal de Saúde ressalta ainda a importância de manter a caderneta de vacinação em dia. Em toda a cidade, são 237 unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) que aplicam as doses contra gripe de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h; e aos sábados, das 8h às 12h.
O Super Centro Carioca de Vacinação, em Botafogo, é mais uma unidade de referência e funciona em horário especial, de domingo a domingo, das 8h às 22h.
Essa fase da campanha pretende vacinar os seguintes grupos prioritários:
Crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias);
Trabalhadores da saúde;
Gestantes e puérperas;
Professores do ensino básico e superior;
Povos indígenas;
Idosos com 60 anos ou mais de idade;
Profissionais das forças de segurança e salvamento;
Profissionais das Forças Armadas;
Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);
Pessoas com deficiência permanente;
Caminhoneiros;
Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário para passageiros urbanos e de longo curso;
Trabalhadores portuários;
Presos e agentes penais;
Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas.
A vacina contra gripe é contraindicada para crianças menores de 6 meses de idade e pessoas com histórico de alergias graves a doses anteriores. Para a população que estiver com febre moderada ou grave, a orientação é adiar a ida ao posto.
Rede pública não contabiliza casos de gripe
A reportagem do g1 entrou em contato com as Secretarias de Saúde do município do Rio e do Estado, mas não obteve dados para a comparação com os números da rede particular.
A falta de um histórico de positividade de pacientes com influenza na rede pública acontece porque a gripe não é uma doença com notificação compulsória, diferente da Covid, por exemplo.
Ou seja, os casos de gripe provocados pelo vírus influenza não são obrigatoriamente comunicados por autoridade de saúde.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio, os dados disponíveis são sobre casos de síndrome gripal de maneira geral, que incluem pacientes de influenza, de covid e de outros vírus que atacam o sistema respiratório.
O que é a influenza?
A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocada pelo vírus da influenza, que tem grande potencial de transmissão.
Existem quatro tipos de vírus da gripe: A, B, C e D. Os dois primeiros são mais propícios a provocar epidemias em ciclos anuais, enquanto o C costuma provocar alguns casos mais leves e o D não é conhecido por infectar ou causar doenças em humanos.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, a vacinação anual contra a influenza permite, ao longo do ano, minimizar a carga do vírus e prevenir o surgimento de complicações, reduzindo os sintomas nos grupos prioritários além de reduzir a sobrecarga sobre os serviços de saúde.
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