Dados foram coletados desde o início da operação em janeiro de 2023. Pasta afirma ainda que o número de invasores caiu dos estimados 15 mil para mil. Ibama desativou garimpo ilegal na Terra Yanomami com pista de pouso, sede administrativa e restaurante
Jornal Nacional/Arquivo
Ao todo, 272 acampamentos de garimpeiros ilegais foram destruídos na Terra Yanomami desde janeiro em operação conjunta da Polícia Federal (PF) e outras organizações para acabar com a crise de saúde no território. A informação foi divulgada nessa quinta-feira (13) pelo Ministério da Justiça.
Além da PF, também participam da Operação Libertação a Polícia Rodoviária Federal, Ibama, Forças Armadas, Força Nacional de Segurança Pública e Funai. O Ministério da Justiça trabalha na expulsão dos garimpeiros invasores desde o dia 20 de janeiro, quando foi aberto o inquérito policial para apurar os crimes de genocídio e contra o meio ambiente na região.
A Polícia Federal ficou responsável, a partir de 23 de janeiro, pela investigação determinada pelo Ministério da Justiça para apurar as responsabilidades e punir os culpados. Maior território indígena, a Terra Yanomami enfrenta uma crise sanitária e humanitária com casos graves de desnutrição e malária entre os indígenas devido ao avanço do garimpo ilegal.
Em relação ao espaço aérea, a pasta afirmou que o número de voos caiu de 30 para dois por dia, em média. Outra redução foi a do número de garimpeiros: os antes 15 mil estimados agora não chegam a mil, segundo o Ministério.
Além de desestruturar os garimpos, a operação efetuou prisões de envolvidos em empresas clandestinas, identificou mais criminosos e avançou no mapeamento sobre o destino do ouro ilegal.
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A operação, nos 30 primeiros dias, inutilizou ou apreendeu 27 toneladas de cassiterita, 11,4 mil litros de combustíveis, 84 balsas e embarcações, duas aeronaves, 200 acampamentos, 172 motores e geradores de energia. E, ainda, equipamentos como máquinas para extração de minérios, motosserra, mercúrio, modens de internet via satélite, celulares, uma tonelada de alimentos, armas e munições.
Os trabalhos em parceria apreenderam, ainda, 892 gramas de ouro, 20,5 toneladas de cassiterita, 20 armas, 28.410 litros de óleo diesel, 1.492 unidades de munição, 1.350 litros de gasolina, 1,5 kg de mercúrio, 1,5 kg de cocaína, 1 kg de maconha e 206 metros cúbicos de madeira.
No total, 88 acampamentos, 455 barracas, 581 motores e 83 embarcações foram destruídos nas ações envolvendo PRF e Ibama. Além disso, 15 veículos foram recuperados, sete pessoas receberam mandados de prisão e 102 pessoas foram detidas.
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Arquivo pessoal
As equipes também atuam no fechamento de rotas e acessos fluviais utilizados pelo garimpo, mapeamento das áreas e na segurança das bases operacionais na Terra Indígena e de prédios públicos de Boa Vista, capital do estado, que, eventualmente, poderiam ser alvos de manifestações.
No campo das ações humanitárias para a comunidade indígena, mais de 105 toneladas de mantimentos e medicamentos foram transportadas e 5,2 mil cestas básicas entregues. No hospital de campanha montado pela Força Aérea Brasileira, para atenção exclusiva aos Yanomami, foram realizados mais de mil atendimentos.
Desde o dia 20 de janeiro, a Terra Yanomami está em emergência de saúde pública devido ao cenário de desassistência. Desde então, o governo Federal atua para frear a crise com envio de profissionais de saúde, cestas básicas e desintrusão de garimpeiros do território.
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