Caso ocorreu na Zona Leste de Porto Alegre no final de março. Policial confessou ter efetuado o disparo e foi afastado do serviço de rua. A mãe do adolescente de 15 anos morto em uma abordagem da Polícia Civil em Porto Alegre cobra uma explicação da corporação sobre o caso. Nesta sexta-feira (12), a Corregedoria da instituição confirmou que o tiro que matou João Vitor Macedo partiu de um policial civil.
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“Ele foi sentenciado a uma pena que não existe no Brasil. Uma pena que ele não tem o direito de se defender, que ele não tem o direito de se redimir”, diz Juliana Lopes Macedo, mãe do adolescente.
João Vitor tinha 15 anos e morreu após ser atingido por um tiro, em Porto Alegre
Reprodução/RBS TV
O caso ocorreu no dia 28 de março. De acordo com a família, João Vitor e outra pessoa estariam tentando cometer assaltos a pedestres na Zona Leste da Capital.
Os dois correram de uma viatura policial no bairro Agronomia. Após ambos ingressarem em uma rua, João Vitor foi baleado no peito. O garoto foi socorrido e recebeu atendimento médico, mas morreu.
Após o tiro, o policial não fez nenhuma comunicação do episódio aos seus superiores, o que é o procedimento padrão.
Juliana Lopes Macedo, mãe de adolescente morto em Porto Alegre
Reprodução/RBS TV
Apuração da Corregedoria
Segundo o delegado Rafael Sobreiro, à frente da investigação, o policial confessou ter efetuado o disparo que matou João Vitor. O nome do agente não foi divulgado para não expô-lo.
“Ele confessou. Foi retirado do serviço de rua e procurou atendimento psicológico e psiquiátrico. Está em tratamento por dez dias e colaborando com as investigações”, explica Sobreiro.
Quando retornar do afastamento, o policial deve ser alocado em um setor administrativo da Polícia Civil.
Delegado da Corregedoria fala sobre investigação de morte de adolescente em Porto Alegre
O delegado Sobreiro disse que não pode divulgar detalhes das circunstâncias em que o adolescente foi baleado e se o policial vai ser responsabilizado. A investigação deve ser concluída entre 60 e 90 dias.
“[Estamos sendo cautelosos] para que a gente não tenha dúvidas. É culpado? Está aqui a situação que nós apuramos. Não é, a gente não vai expor [o policial] para não prejudicá-lo. Afinal, ele tem uma vida profissional, pessoal. Nós vamos dar o nosso máximo. É prioridade número um esclarecer. Para a família da vítima e para o policial, para que não paire dúvidas sobre a conduta dele”, diz Sobreiro.
Um vídeo de uma câmera de segurança, que não foi divulgado com a alegação de que atrapalharia a investigação, é a principal prova. As imagens mostrariam uma caminhonete da polícia no local e na hora do episódio.
Familiares e amigos de João Vitor se manifestaram em Porto Alegre para pedir por justiça
Reprodução/RBS TV
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‘Sentenciado a uma pena que não existe no Brasil’, diz mãe de adolescente de 15 anos morto por policial civil no RS
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