A previsão é que o novo satélite, o CBERS-6, seja lançado em 2028. Cada país deve investir US$ 50 milhões, cerca de R$ 245 milhões. Brasil e China vão construir novo satélite; acordo foi assinado nesta sexta (14)
Um dos acordos assinados durante o encontro de Lula e Xi Jinping nesta sexta-feira (14) prevê que o Brasil e a China vão construir e coordenar, juntos, um novo satélite.
A parceria entre os dois países nesse setor já tem mais de 30 anos; começou em julho de 1988. De lá para cá, cinco satélites foram produzidos e enviados ao espaço pelo programa CBERS, que em inglês significa satélite sino-brasileiro de recursos terrestres.
Dois deles ainda estão em operação, estão a cerca de 780 quilômetros de distância da Terra, orbitando a uma velocidade de 28 mil quilômetros por hora. Passam cerca de cinco vezes sobre o Brasil, por dia.
As imagens que eles fazem do espaço ajudam, principalmente, no monitoramento da Amazônia. O Inpe, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, toca o projeto no Brasil.
“O Brasil é um país continental e, portanto, precisa monitorar as suas riquezas, em especial, a Amazônia. O programa CBERS trouxe essa possibilidade, por condições próprias do Brasil: fazer esse monitoramento, não só da parte ambiental, como também planejamento urbano, agricultura e outros. Além disso, o CBERS também permitiu o desenvolvimento da indústria nacional”, afirma Antônio Carlos de Oliveira Pereira Júnior, responsável pelo segmento espacial do programa.
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A China e o Brasil já investiram US$ 300 milhões, cerca de R$ 1,5 bilhão e meio nesse programa. A previsão é que o novo satélite, o CBERS-6, seja lançado em 2028. Cada país deve investir US$ 50 milhões, cerca de R$ 245 milhões.
O módulo, que é o corpo do satélite, e o painel solar vão sair prontos aqui do Brasil. Os chineses colocarão o radar – os olhos do satélite – e vão lançá-lo ao espaço.
Outro avanço no projeto será o uso de um radar no lugar de câmeras, que vai permitir o registro de imagens da Amazônia mesmo quando ela estiver encoberta por nuvens.
“No desenvolvimento de um projeto, se fosse partir de uma folha em branco, dessa complexidade, não seria absurdo dizer que levaria quase que uma década – e isso com muito empenho, recursos humanos e recursos financeiros. Agora, com tudo o que a gente já fez, a gente espera ter a nossa parte feita em 35, 40 meses”, diz Ademílson Roberto da Silva, coordenador geral de tecnologia e engenharia de ciências espaciais.
Brasil e China assinam acordo para construir e coordenar novo satélite juntos
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