‘Não precisamos ter medo de produzir mais café’: colheita do grão neste ano pode ser até 7,9% maior que em 2022

No Dia Mundial do Café, o vice-presidente do Centro de Comércio de Café do Estado de Minas Gerais falou sobre exportações, analisou possíveis cenários e comentou as expectativas para a safra de 2023. Colheita de café em 2023 pode ser até 7,9% maior do que a do ano passado
O Dia Mundial do Café é comemorado nesta sexta-feira (14). Para alegria de quem produz ou até mesmo de quem gosta de degustar a bebida, há expectativa de que, neste ano, a colheita do grão seja maior que no ano passado.
Isso porque a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tem uma previsão de que, em 2023, devem ser produzidas cerca de 55 milhões de sacas de café, o que representa cerca de 7,9% a mais do que o ano passado.
Por outro lado, quanto às exportações, menos café brasileiro foi para outros países em março. Neste ano, foram exportadas cerca de 3 milhões de sacas de café, representando uma queda de 19% em relação a março do ano passado – além de, também, representar queda na arrecadação de vendas, com cerca de 26% a menos do que março de 2022.
‘Não precisamos ter medo de produzir mais café’: colheita do grão neste ano pode ser até 7,9% maior que em 2022
Jonatam Marinho
Análise sobre o café em 2023
Para analisar este cenário, no Dia Mundial do Café, a EPTV, afiliada Rede Globo, conversou com o vice-presidente do Centro de Comércio de Café do Estado de Minas Gerais, Archimedes Coli Neto.
O vice-presidente confirmou que a expectativa é de uma safra um pouco melhor do que a do ano passado. Ele comentou que, pelas chuvas e o clima terem sido bons, há uma esperança de que o rendimento também seja bom para o produtor.
“Não vamos ter uma safra igual a 2020, que foi uma super safra, mas um pouco melhor do que a do ano anterior. Essa é a nossa expectativa, que a qualidade seja boa, que o rendimento seja bom. Todos nós com essa expectativa de um melhor rendimento.”
‘Não precisamos ter medo de produzir mais café’: colheita do grão neste ano pode ser até 7,9% maior que em 2022
Reprodução/EPTV
Entre os cafeicultores, os comentários são de que o ano de 2023 tem servido como uma espécie de amortecimento após uma série de problemas climáticos e econômicos, por exemplo. Archimedes confirma a análise.
“Está certa essa análise. Em 2023, digamos assim, que seja um ano de passagem na expectativa de uma próxima safra e, 2024, seja uma safra melhor. Não precisamos ter medo de produzir mais café, porque o Brasil é um grande exportador, é um grande abastecedor do mundo. Então não há preocupação nesse sentido.”
Ele afirma que, realmente, existe uma preocupação com o clima. No entanto, em geral, a expectativa é que o ano transcorra bem. “Que a gente não tenha prejuízo esse ano com o inverno e para voltar tudo à normalidade em 2024”, comentou.
‘Não precisamos ter medo de produzir mais café’: colheita do grão neste ano pode ser até 7,9% maior que em 2022
Reprodução/EPTV
Em relação à queda nas exportações, o especialista confirma que já era um movimento esperado para o primeiro semestre deste ano. Ele conta que, devido à insegurança do exportador em adquirir o café, existia uma expectativa de safra muito pequena e de que estaríamos em período complicado para comprar café no mercado interno, por isso, todos deixaram de lado a exportação.
“Acredito que já, já, no segundo semestre, após o início da colheita, o Brasil retorne às exportações normalmente”, estimou.
É importante lembrar que a colheita do café deve começar de forma ainda tímida no mês de maio. No mês de junho, deste ano, é que de fato os cafeicultores começam a colher os grãos de café da safra de 2023.
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