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O que se sabe sobre acusado de vazar documentos secretos dos EUA

Jack Teixeira, de 21 anos, é membro da Guarda Aérea Nacional — ele seria líder de um canal de discussão do Discord, plataforma de rede social onde os documentos foram vazados. Era um grupo privado de discussão online com postagens sobre videogames, Deus, armas, memes — e arquivos ultrassecretos de defesa e inteligência dos Estados Unidos.
O suspeito no centro do vazamento que abalou o país e seus aliados foi identificado como Jack Douglas Teixeira, de 21 anos, membro da Guarda Aérea Nacional.
Em um canal de discussão chamado Thug Shaker Central na rede social Discord — popular entre gamers —, ele era conhecido como “OG”.
Teixeira foi preso na quinta-feira (13/04) e agora enfrenta acusações relacionadas à espionagem.
Em 2020, ele se formou no ensino médio em North Dighton, região onde nasceu, no estado americano de Massachusetts.
Um ano antes, ele se alistou na Guarda Aérea Nacional de Massachusetts — que é uma espécie de reserva da Força Aérea dos EUA — e entrou para a 102ª Divisão de Inteligência.
Teixeira foi promovido em julho do ano passado a membro de primeira classe —uma posição relativamente júnior — e estava lotado na Base da Guarda Aérea Nacional de Otis, em Massachusetts.
De acordo com seu registro, seu cargo oficial era analista de Sistemas de Transporte Cibernético.
O site oficial da Força Aérea observa que os funcionários designados para trabalhos de Sistemas de Transporte Cibernético são responsáveis por operar a rede de comunicações global da Força Aérea.
O registro de Teixeira não sugere nenhuma missão no exterior.
A família dele teria um histórico de serviço militar. O padrasto se aposentou após 34 anos de serviço prestado, segundo o jornal americano Washington Post. O último posto dele foi como primeiro-sargento da unidade de Teixeira, a 102ª Divisão de Inteligência.
A mãe dele já trabalhou em organizações sem fins lucrativos focadas em veteranos, assim como no Departamento de Serviços aos Veteranos de Massachusetts, de acordo com o LinkedIn e registros públicos citados por meios de comunicação dos EUA.
Ela postou fotos da família, anualmente, no Dia dos Veteranos. Outras imagens nas redes sociais mostrariam Teixeira com os dois cachorros da família e andando em veículos off-road.
Ele era supostamente conhecido como o líder de um canal de discussão do Discord aberto apenas para convidados, criado em 2020. O Thug Shaker Central tinha cerca de 20 a 30 membros — a maioria homens jovens — de vários países.
O Washington Post publicou que o grupo trocava “memes, piadas ofensivas e jogava conversa fora”, e os integrantes também rezavam e assistiam a filmes juntos.
Um membro do canal disse que Teixeira era um jovem carismático entusiasta de armas.
Outros membros contaram à imprensa americana que Teixeira era mais velho do que a maioria do grupo e parecia empenhado em impressioná-los.
“Ele era o homem, o mito. E ele era a lenda. Todo mundo respeitava esse cara”, afirmou um dos integrantes ao jornal americano New York Times.
De acordo com o Washington Post, Teixeira disse ao grupo que trabalhava em uma instalação onde telefone era proibido.
Ele supostamente usou vários nomes de usuário online, como TheExcaliburEffect, jackdjdtex e TexKilledYou.
Inicialmente, ele redigiu versões das informações confidenciais e compartilhou no canal de discussão. Mas teria começado a compartilhar as fotos dos arquivos após ter ficado frustrado quando outros membros do canal de discussão não prestaram atenção.
Em uma ocasião, conforme informou o Washington Post, ele enviou uma mensagem furiosa ao grupo reclamando que eles estavam mais interessados ​​em vídeos do YouTube.
“Ele ficou chateado e disse em várias ocasiões: Se vocês não vão interagir com eles [os arquivos], vou parar de enviá-los”, afirmou um membro não identificado do grupo ao jornal.
Um adolescente do grupo tem uma teoria sobre por que Teixeira compartilhou os documentos. “Esse cara era cristão, antiguerra, só queria informar alguns amigos sobre o que está acontecendo”, disse ele ao New York Times.

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