Célio Gomes da Silva foi absolvido pela segunda vez. Ele já havia sido inocentado no primeiro julgamento, em 2019. Crime aconteceu em abril de 2016. Cristiano Guimarães Nascimento foi morto na saída de uma boate, em Contagem, após uma briga. Dois policiais militares foram condenados
Fabiano Nascimento/Arquivo pessoal
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) inocentou, nesta quinta-feira (13), o corretor de seguros, Célio Gomes da Silva, acusado de homicídio consumado qualificado. Célio foi absolvido pela segunda vez. O julgamento aconteceu na Vara do Tribunal do Júri de Contagem, mesma cidade onde o jovem Cristiano Guimarães Nascimento, à época com 22 anos, foi assassinado na saída de uma boate. Outros dois acusados pelo crime foram condenados.
Em 2019, no primeiro julgamento, três anos após o crime, Célio já havia sido absolvido. Ele estava foragido e foi representado pelo advogado. Os policiais militares Jonas Moreira Martins e Jonathas Elvis do Carmo foram condenados a 12 anos e cinco anos, respectivamente. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) recorreu da absolvição de Célio.
Nesta quinta (13), houve o julgamento de recurso pela condenação de Célio. No entanto, o corretor foi inocentado pela segunda vez. A sessão terminou no fim da noite.
Relembre o caso
O delegado Alexandre Oliveira da Fonseca, da Delegacia de Homicídios de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, informou que concluiu o inquérito sobre a morte do estudante Cristiano Nascimento, 22 anos, espancado na saída de uma boate no dia 8 deste mês. Dois policiais militares e um terceiro homem suspeito foram indiciados por homicídio doloso duplamente qualificado – por motivo fútil e sem chance de defesa para a vtima.
“A motivação foi uma questão envolvendo um desacerto na fila de pagamento. Parece que os autores furaram a filha e a vítima não gostou e reclamou. E acabou acontecendo a selvageria na porta boate”, disse o delegado. O inquérito foi encaminhada à Justiça na sexta-feira (15). A pena, segundo o delegado, varia de 14 a 30 anos de prisão.
Até então, a motivação não havia sido esclarecida. Câmeras de segurança filmaram parte da agressão do lado de fora da casa noturna, mas as imagens não foram divulgadas. Após a agressão, com chutes e socos, Cristiano morreu no local. Do lado de dentro, segundo a boate Havanna, não há imagens que mostram qualquer conflito entre a vítima e os agressores.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o inquérito foi recebido e encaminhado para o Ministério Público de Minas Gerais, que analisa para oferecer ou não a denúncia contra os indiciados.
Dois suspeitos estão presos preventivamente, sem prazo determinado. Eles são policia militares e estavam de folga no momento da ocorrência. Segundo Fonseca, eles vão ficar presos até o fim do processo. O terceiro, que é corretor de seguros, está foragido da Justiça.
O caso também é apurado pela Corregedoria da Polícia Militar e pela Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público (MPE).
Identificação dos suspeitos
Na madrugada do dia 8 de abril, a arma de um dos militares suspeitos caiu após a confusão que resultou na morte do estudante e foi localizada por uma pessoa que passava pelo local. A Polícia Militar foi acionada e identificou a arma. Na manhã seguinte, os militares teriam se apresentado ao trabalho.
A boate esclareceu que os policias frequentavam a casa como clientes e que, durante a permanência, a arma ficou em um cofre do estabelecimento. O procedimento é adotado com frequentadores que têm prerrogativa de uso de arma.
Segundo a Polícia Civil, os dois policiais já respondem por homicídios ocorridos na Região Leste de Belo Horizonte e em Barbacena, na Zona da Mata. O advogado da família da vítima, Walter Nery, afirma que um deles já foi condenado em primeira instância por violência no exercício da função e disparo de arma de fogo.
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