‘Sala do Bendegó’ deve ser o primeiro espaço aberto, em junho do ano que vem. Lugar deve ganhar restauro de pintura existente no fim do século XIX. Previsão é que grande parte seja devolvida ao público em 2026. Diretor fala do projeto de reconstrução do Museu Nacional
A primeira parte do Museu Nacional que o público terá acesso no projeto de reabertura será a chamada “Sala do Bendegó”, espaço de 80 metros onde fica o meteorito do mesmo nome e também a escadaria. O anúncio de que o museu será parcialmente reaberto ao público pela primeira vez desde o incêndio que destruiu o prédio em 2018 foi feito na quinta-feira (13).
A primeira parte da reabertura está prevista para o aniversário de 206 anos do Museu Nacional.
“A ideia é que em 6 de junho de 2024, ou seja, no ano que vem, a gente abra este espaço, a sala do Bendegó, em torno de 80 metros quadrados com a escada monumental, a claraboia e uma enorme baleia de 15,5 metros montada”, afirmou Alexandre Kellner, diretor-presidente do Museu Nacional.
A ideia do diretor do Museu Nacional é que o Meteorito Santa Filomena, anunciado nesta quinta, esteja exposto durante a reinauguração. A peça foi o primeiro meteorito incluído no acervo da instituição após o incêndio.
“O Museu Nacional só é o Museu Nacional graças a essa capacidade de gerar pesquisas e das parcerias que desenvolvemos”, disse Kellner.
Fachada do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista
Cristina Boeckel/ g1
Os novos passos do processo de reabertura do Museu Nacional, segundo Kellner, foram definidos após a visita do presidente Lula ao local, no fim de março.
“Estamos redimensionando o projeto para que a gente possa entregar uma grande parte do museu nos primeiros meses de 2026”, disse Kellner.
Bendegó
Meteorito Bendegó, que fica na primeira sala do Museu Nacional, no Rio de Janeiro
Cristina Boeckel/ g1
A escolha do lugar também é simbólica. O meteorito Bendegó foi uma das poucas peças que sobreviveu às altas temperaturas do incêndio que destruiu grande parte da instituição.
As imagens do meteorito, na entrada do prédio, em meio as chamas, foram veiculadas em todo o mundo.
A pedra, que pesa 5,6 toneladas, foi achada em 1784 perto de um riacho no interior da Bahia e levou quase um ano para chegar ao Rio. O meteorito foi levado para o Museu Nacional a mando do Imperador Dom Pedro II em 1888 e permaneceu no local desde então.
Pinturas
Detalhe da sala onde fica o meteorito Bendegó, no Museu Nacional, no Rio de Janeiro
Cristina Boeckel/ g1
O teto e as pilastras da sala onde fica o Bendegó serão recompostos. De acordo com Ana Lúcia Gonçalves, responsável pela gestão coordenada e integrada da equipe técnica do projeto Museu Nacional Vive, a sala que será reaberta já teve várias pinturas ao longo do tempo. A ideia dos restauradores é trazer de volta a forma que tinha no fim do século XIX.
“Vamos restaurar o momento em que ela teve o maior valor artístico. Vamos retirar as camadas de pintura superficial até atingir a pintura mural, que passará por um processo de restauração” afirmou Ana Lúcia Gonçalves.
A pintura conta com as imagens de pássaros, de acordo com registros da época.
A ideia é que a progressão do trabalho aconteça diante dos olhos da população. A previsão é que o restauro conte com visitas de escolas e seja usada na formação de novos profissionais da área.
Bombeiro observa meteorito em meio aos escombros em 2018, logo após incêndio no Museu Nacional
Mauro Pimentel/ AFP
Baleia
A escadaria monumental, que fica ao lado da sala e também será reaberta ao público, ganhará uma claraboia. O esqueleto de uma baleia cachalote de mais de 15 metros deve ficar exposto no local para visitação do público.
Atualmente, o esqueleto está em exposição no foyer da Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade.
“O que queremos ser? Queremos ser um museu de história natural e antropologia inovador e sustentável e, sobretudo, acessível. E que as pessoas possam ver o mundo que as cerca pelo olhar da ciência ao mesmo tempo que nos leve a sonhar”, finalizou Kellner.
Esqueleto de baleia ficará exposto na escadaria do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro
Cristina Boeckel/ g1
Primeira parte da reabertura do Museu Nacional terá sala com pinturas restauradas, meteorito e esqueleto de baleia
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