Julgamento ocorreu nesta quinta-feira (13), em Sertãozinho (SP). Advogado do acusado disse que vai recorrer da decisão. Ex-comandante da GCM de Barrinha, SP, William Américo Campanini foi condenado a 21 anos de prisão por morte de soldador
Reprodução/EPTV
O ex-comandante da Guarda Civil Municipal (GCM) de Barrinha (SP), William Américo Campanini foi condenado nesta quinta-feira (13) a 21 anos de prisão pela morte do soldador Thiago Antônio da Silva.
O crime aconteceu no dia 9 de setembro de 2013 e Campanini respondia o processo em liberdade.
Ele foi levado a um júri popular composto por sete pessoas. O julgamento aconteceu no Fórum de Sertãozinho (SP) e durou 12 horas.
Advogado de Campanini, Rogério Miguel e Silva, disse que vai recorrer da decisão e deve entrar com um Habeas Corpus para que o ex-comandante da GCM responda o processo em liberdade. Ele foi levado para a Cadeia de Jardinópolis (SP).
Prima da vítima e testemunha no caso, Maria Helena Honório comemorou a decisão e disse que a família está aliviada com a condenação.
“É uma sensação de alívio. Não vai trazer ele de volta, mas dá um conforto muito grande pro nosso coração em saber que a justiça foi feita. Foi um dia cansativo, foram quase 12 horas dentro do fórum, mas saímos muito felizes”.
Maria Helena era guarda civil na época do crime e recebeu a notícia da morte do primo por um colega de trabalho.
“Pra mim foi um baque, acabou a minha vida profissional na Guarda Municipal. Porque, a partir do fato que ocorreu, eu pedi baixa”.
A mãe e as irmãs de Thiago também acompanharam o julgamento.
O crime
O crime aconteceu embaixo de uma ponte no bairro Vila São José, em Barrinhas, às margens do Rio Mogi, onde o soldador Thiago Antônio da Silva, à época com 26 anos, e os amigos estavam reunidos na tarde do dia 9 de setembro de 2013.
Na época, a Polícia Militar informou que a GCM foi acionada para verificar uma denúncia de tráfico de drogas no local.
Durante a abordagem, Silva e os amigos teriam discutido com os guardas.
Pliciais militares que estavam próximos ao local ouviram disparos. Um deles atingiu Silva.
Amigos do soldador disseram que os tiros foram dados por Campanini, que tinha registro de uma arma, mas não estava autorizado a utilizá-la em serviço. Ele chegou a ser afastado da função.
O comando da PM declarou, na época, que não era de competência da GCM fazer averiguações de tráfico de drogas.
A morte de Silva gerou revolta nos moradores da cidade, que depredaram prédios públicos por dois dias seguidos. A Prefeitura de Barrinha chegou a calcular prejuízo de R$ 1 milhão causados pelos atos de vandalismo.
Thiago Antônio da Silva tinha 26 anos quando foi morto em abordagem da GCM em Barrinhas, SP
Reprodução/EPTV
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Guarda civil que matou soldador em Barrinha, SP, em 2013 é condenado a 21 anos de prisão
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