USP faz exposição fotográfica sobre famílias negras de São Carlos e sua relação com a cidade

“Memórias Negras” ocorre no Centro Cultural da universidade até 13 de maio. Exposição ‘Memórias Negras’ é destaque no Centro Cultural da USP São Carlos
A Universidade de São Paulo (USP) abriu em São Carlos (SP), nesta quinta-feira (13) a exposição fotográfica “Memórias Negras”, resultado de um trabalho de pesquisa desenvolvido com cinco famílias negras da cidade.
A exposição é formada por fotografias, entrevistas e descrição dos espaços que as pessoas ocupavam.
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A ideia do projeto, desenvolvido pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP e do Centro Cultural da universidade, é mostrar a história de personalidades negras de São Carlos, locais de resistência e o processo de gentrificação (termo que designa o processo de segregação sócio espacial vivenciado em áreas urbanas) dos negros na cidade.
Exposição da USP de São Carlos resgata história dos negros na cidade pelos espaços que eles ocupava,
Reprodução EPTV
Ao longo de 2022, os pesquisadores foram às casas das famílias, fizeram fotos e tiveram acesso a documentos.
“Esse projeto resgatou a história de São Carlos pelo viés de pessoas negras e é interessante ver os negros falando como protagonistas dessa história. A gente sabe que São Carlos tem um passado escravocata e a presença negra tem muita relevância”, explicou o coordenador do Centro Cultural da USP, Edison Santiago.
O estudo se concentrou em três bairros: Vila Izabel, Vila Pureza e Vila Nery que foram muito ocupados por negros no perído pós-abolição.
“Esse projeto também fala dos espaços, como eram essa casas, como eram os quintais, quais eram os espaços de cultura que essas pessoas frequentavam, como foi a educação delas, como foi a criação no meio dessa cidade que não tinha espaço acolhedores para essas pessoas negras”, disse Santiago.
Exposição da USP de São Carlos mostra história da ocupação negra na cidade
Reprodução EPTV
A exposição também aborda o Grêmio Recreativo “Flor de Maio”. “Era um espaço de resistência, a gente fala que era um gueto urbando ou um quilombo urbano porque ali era onde as pessoas se reuniam para manifestações culturais, dança, música, artesanato, e várias oficinas”, explicou o coordenador do Centro Cultural.
A abertura contou com apresentação do coral Afro Souljazz e roda de conversa com Casimiro Paschoal Lumbandanga da Silva, Mirela Cristina Evaristo, Odila dos Santos de Aguiar, Carlos Eduardo Santa Maria e Telmo Augusto dos Santos representando Jeusa Santos do Rosário (in memorian).
A exposição segue até 13 de maio, no Centro Cultural da USP, que fica na Av. Dr. Carlos Botelho, no Parque Santa Monica, de segunda à sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 20h.
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