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‘Eu ia ter virado estatística’, diz mulher trans agredida a marteladas no RS


Nicole Paim Nunes, de 25 anos, foi agredida após ter sido insultada em academia de Esteio. Investigados foram presos e indiciados por transfobia, injúria, lesão corporal contra a mulher e ameaça. Nicole Paim Nunes, mulher trans agredida em Esteio
Reprodução/RBS TV
A mulher trans agredida a golpes de martelo em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre, disse ter temido “virar estatística”, em razão da violência contra a população LGBTQIA+ no Brasil. A dona de casa Nicole Paim Nunes comentou o caso durante entrevista ao Encontro, da TV Globo, nesta terça-feira (2).
“Se eu estivesse sozinha, eu não estava aqui hoje. Eu ia ter virado estatística”, disse Nicole.
Três homens foram presos preventivamente e indiciados por homofobia/transfobia, injúria, lesão corporal contra a mulher e ameaça. Um adolescente, que está em liberdade, foi responsabilizado por atos semelhantes aos praticados pelos adultos.
O crime ocorreu no dia 23 de março, após a jovem deixar a academia onde praticava exercícios após sofrer insultos de um dos agressores. Três homens e um adolescente teriam seguido Nicole e uma amiga até uma praça, onde ela foi agredida a marteladas, pedradas, chutes e socos.
Mulher trans é agredida a marteladas na rua em Esteio
Nicole disse que ainda não assistiu às imagens, em razão do trauma sofrido. Ela contou que o marido também ficou abalado. Enquanto ela tomava banho com ajuda dele, por causa dos ferimentos, começou a sair sangue das lesões da cabeça.
“Ele saiu do banheiro e começou a chorar, desesperado”, contou.
Feridas nas costas de mulher trans agredida a marteladas em Esteio
Reprodução/RBS TV
Entenda o caso
Nicole estava em uma academia, quando passou a ser insultada por um cliente.
“Ele começou a conversar com os amigos dele, e aí eu escutei ‘ai esse p***, ai que nojo’. Ele começou a me encarar muito e continuou falando com os amigos dele. Me olhava e me encarava, me encarava. Uma hora, parei de fazer o exercício e perguntei: ‘é pra mim que tu tá falando essas coisas?’. E ele disse que era, era pra mim mesmo”, disse a vítima das agressões.
Então, Nicole e uma amiga, Justine Silveira da Silva, decidiram deixar a academia, indo para uma praça. Ao chegarem no local, o homem que teria proferido os insultos e os demais passaram a agredir Nicole com socos, pontapés, pedradas e marteladas.
“Senti medo na hora, muito medo. Fiquei muito assustada, muito apavorada, porque nunca imaginei que aquilo ia acontecer”, afirmou Nicole.
A amiga tentou conter o ataque. Comerciantes da região prestaram os primeiros socorros à jovem agredida.
A advogada da dona de casa, Priscila Knoop, afirma que as agressões foram “um ato simples e puro de transfobia”. Para Nicole, crimes como o que ela sofreu precisam ser denunciados para que pessoas como trans não sejam apenas em números da violência.
“Tem que denunciar, porque a justiça vai ser feita. Não pode se calar. Se nós nos calarmos, vai continuar acontecendo”, falou Nicole.
Mulher trans agredida a marteladas em Esteio
Reprodução
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