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Neurocirurgião que responde por abuso em hospital público do Rio trabalhava em unidades do estado até semana passada


Mulher reconheceu profissional durante atendimento ao filho na UPA da Tijuca e disse que considerou perguntas feitas por ele inapropriadas. O médico Salim Michel Yazeji
Reprodução/TV Globo
O médico Salim Michel Yazeji, acusado de abusar de pacientes durante consultas, trabalhava também para o governo do estado até a semana passada.
Salim, que já cumpriu pena por crime sexual, está novamente sendo acusado de abusar de uma paciente quando dava plantão no CER, unidade da Prefeitura do Rio, no Centro, em novembro. Ele foi desligado da unidade.
O neurologista foi contratado pela Secretaria Estadual de Saúde logo que saiu da prisão – tinha ficado preso por 1 ano e dois meses e saiu em outubro de 2021. A condenação foi por violação sexual mediante fraude, ou seja, ele se utilizou da consulta médica para abusar sexualmente da paciente.
Pelo estado, Salim atuou como médico substituto na UPA de Botafogo, em junho de 2022 e na UPA da Tijuca, de abril de 2022 a abril de 2023.
Nesta unidade, a atitude do médico foi considerada inadequada pela mãe de uma criança atendida por ele. A mulher conta que levou o filho de dois anos à UPA da Tijuca. Ele tinha sintomas de gripe e foi atendido pelo neurologista.
Segundo ela, as perguntas indevidas começaram logo depois da consulta, que aconteceu há pouco mais de uma semana.
“Ele, quando estava prescrevendo os remédios do meu filho, ele fazia algumas perguntas. E aí depois ele já falou: ‘Você é casada?’ E eu automaticamente falei: ‘Não’. Ele: ‘Você gosta de estar solteira?’ E logo depois, ele já foi perguntando sobre o meu trabalho, o que eu fazia, enquanto ele prescrevia a receita”, contou a mulher.
“Eu achei um certo abuso todas aquelas perguntas e ele não focar no atendimento, que era para uma criança. Não tinha nada a ver. Não tava no contexto, ele ficar fazendo aquele tipo de pergunta pra mim. Como eu pensei também em denunciá-lo, porque eu achei antiético, eu gravei aquele nome, que era um nome diferente. Não era um nome comum”, acrescenta.
A mulher diz que reconheceu Salim Michel na hora em que viu a reportagem no RJ2, com as denúncias de outras pacientes – vítimas , que também ficaram constrangidas com as perguntas indevidas.
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Segundo a Fundação Saúde, que administra hospitais do estado, o médico não fazia parte do quadro fixo de plantonistas. O profissional foi contratado como pessoa jurídica.
A fundação diz ainda que, na admissão, ele com o CRM ativo e regular no Cremerj e atendeu aos requisitos previstos no processo seletivo, apresentando a documentação exigida.
A Secretaria Estadual de Saúde informou que Salim Michel foi afastado da UPA da Tijuca logo depois que a reportagem do RJ2 revelou a ficha criminal dele.
Mesma indignação desta mãe, pelo filho ter sido atendido por um médico com histórico de abuso sexual. “Eu tomei um susto.Na hora, quando falaram o nome dele, eu já fiquei atenta. E se fosse pra mim?”, questiona.
O RJ procurou a defesa do médico Salim Michel Yazeji mas não obteve retorno. Ele ainda não foi ouvido pela Deam, no inquérito que apura o abuso de uma paciente em novembro do ano passado.

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