Empresa japonesa que controla SuperVia anunciou que vai entregar a concessão de trens ao Estado. Data ainda não foi definida, mas contratos de concessão não permitem a descontinuidade dos serviços públicos. Trens da Supervia
Reprodução/TV Globo
O grupo que controla a Supervia comunicou, nesta quarta-feira (26), ao governo que não quer mais operar os trens do RJ.
A empresa afirma que não tem condições de fazer grandes investimentos como tinha sido pedido pelo governo. E citou ainda outros motivos para a decisão:
crise financeira de 2019
perda da receita com a pandemia
prejuízo com o furto de metais e cabos
e congelamento da tarifa contratual
O Governo do RJ confirmou que vai fazer um novo modelo de concessão.
A Supervia está em recuperação judicial desde junho de 2021 por conta da crise econômica.
O serviço está longe de ser de qualidade. Passageiros reclamam do preço do transporte e da baixa qualidade do modal. E citam atrasos, interrupções e panes entre os problemas enfrentados no dia a dia.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Alerj chegou a recomendar, em outubro do ano passado, a reestatização do sistema ou a criação de um novo modelo de licitação para o serviço.
A crise na Supervia
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Entenda abaixo o impasse.
Quem controla a Supervia?
O que motivou a decisão?
Por que a Mitsui decidiu pela entrega da concessão?
O que disse o Governo do RJ após a decisão?
Quando o serviço será devolvido ao Governo?
A Supervia opera em quantas cidades?
Qual é o tamanho da malha ferroviária do RJ?
Quantos passageiros são transportados diariamente?
Qual é o tamanho da frota?
Qual é o valor da tarifa?
Os trilhos da Supervia e o estádio do Maracanã ao fundo
Marcos Serra Lima/g1
1. Quem controla a Supervia?
Desde 2019, o controle acionário da Supervia é da Mitsui, empresa do grupo japonês Gumi.
2. O que motivou a decisão?
Em reunião realizada no dia 11 de abril, o Governo deu duas opções à empresa japonesa: injestar “vultuosos recursos financeiros” na concessão ou transferir o serviço para outra companhia.
3. Por que a Mitsui decidiu pela entrega da concessão?
A empresa diz “que não há possibilidade de assumir obrigações adicionais de suporte financeiro”.
E alega, entre outros motivos, a perda da receita com a pandemia, o prejuízo com o furto de cabos e equipamentos elétricos e a falta de reajuste da tarifa contratual.
4. O que disse o Governo do RJ após a decisão?
Após desistência de concessionária, Cláudio Castro disse que RJ vai “partir para um novo modelo de concessão.”
O Governo do Estado reforçou que o serviço à população não será interrompido, e que novas reuniões entre a Mitsui e a Secretaria Estadual de Transportes serão marcadas para alinhar o processo de transição.
5. Quando o serviço será devolvido ao Governo?
A data ainda não foi definida, mas não será imediata. Isso porque os contratos de concessão não permitem a descontinuidade dos serviços públicos.
6. A Supervia opera em quantas cidades?
Doze. Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Nilópolis, Mesquita, Queimados, São João de Meriti, Belford Roxo, Japeri, Magé, Paracambi e Guapimirim.
7. Qual é o tamanho da malha ferroviária do RJ?
São 270 quilômetros, divididas em 5 ramais, 3 extensões e 104 estações.
Trens da Supervia
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8. Quantos passageiros são transportados diariamente?
Atualmente, cerca de 350 mil. Antes da pandemia, eram 600 mil.
9. Qual é o tamanho da frota?
São 201 trens em operação.
10. Qual é o valor da tarifa?
O bilhete de trem custa R$ 7,40, e R$ 5 para quem tem o Bilhete Único Intermunicipal habilitado. Já a integração trem + metrô ou ônibus intermunicipal sai por R$ 8,55.
Passageiros reclamam de trens lotados no Rio
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Supervia: o que se sabe sobre a desistência de empresa de controlar os trens do RJ
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