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No Senado, equipe econômica do governo e presidente do BC participam de debate sobre a taxa de juros

O presidente do Banco Central vem sendo criticado pelo governo federal por manter em um patamar elevado a taxa básica de juros. Nesta quinta (27), Campos Neto avaliou que a inflação continua alta e disse que a instituição age de forma técnica para cumprir as metas quando sobe os de juros. Equipe econômica e o presidente do BC participam de debate sobre a taxa de juros, no Senado
A equipe econômica do governo federal e o presidente do Banco Central participaram, nesta quinta-feira (26), no Senado, de um debate sobre taxa de juros.
A audiência foi a pedido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, do PSD. O primeiro a falar foi o ministro da Fazenda. Fernando Haddad afirmou que os juros altos desaceleram a economia, derrubam a arrecadação de impostos – o que pode prejudicar as contas públicas.
“Eu não vejo a política fiscal, a política monetária e a política prudencial separadas umas das outras. Elas fazem parte da mesma engrenagem. Se a economia continuar desacelerando por razões ligadas à política monetária, nós vamos ter problemas fiscais, porque a arrecadação vai ser impactada. Eu não tenho como dissociar o monetário do fiscal. Se eu desacelero a economia, saindo de 4% para 3%, para 2%, para 1%, eu vou ter impactos fiscais, e nós estamos tomando medidas, inclusive, difíceis de tomar, impopulares”, ressaltou Haddad.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que o governo federal não discorda que o Banco Central tome decisões técnicas, mas avalia que a instituição precisa, também, ter foco nas políticas públicas e no impacto social das medidas.
“O Banco Central é responsável pela política monetária, que tem sempre decisões técnicas, mas também é preciso afirmar que tem que sempre ter foco nas políticas públicas e no crescimento do Brasil. Não há contradição em dizer: o Banco Central é autônomo, e é bom que o seja; a autonomia do Banco Central é importante para a estabilidade econômica. E portanto, o governo não interfere nas decisões técnicas do Banco Central. Mas o Banco Central também não pode considerar que as suas ações são apenas técnicas; são técnicas, mas também são decisões que interferem na política, especialmente os seus comunicados e as suas atas”, defendeu Tebet.
O presidente do Banco Central vem sendo criticado pelo governo federal por manter a taxa básica de juros em um patamar elevado. A Selic é definida pelo Banco Central para manter a inflação dentro da meta – estipulada pelo Conselho Monetário Nacional – e está atualmente em 13,75% ao ano.
Nesta quinta, Roberto Campos Neto avaliou que a inflação continua alta e disse que a instituição age de forma técnica para cumprir as metas quando sobe os de juros.
“O Banco Central faz um trabalho técnico, com um quadro que é altamente capacitado e que busca cumprir seu mandato de estabilidade de preço. Estabilidade de sistemas financeiros sempre com o menor custo possível para a sociedade. Temos, coletivamente, no governo, caminhado na direção correta e precisamos persistir no processo de garantia de estabilidade de preços, que é tão importante para os mais pobres. Não se consegue estabilidade social com inflação descontrolada”, afirmou o presidente do Banco Central.
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Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, disse que é frequente a busca de atalhos e milagres para resolver as questões brasileiras, mas que não há uma solução mágica e é preciso equilibrar as contas públicas.
“É frequente na nossa história a busca de atalhos, a busca de soluções fáceis, a busca ilusória de milagres. Gente, isso não existe. Por que eu digo isso? No caso da coordenação do Banco Central, que eu acho que é extraordinária, hoje o que nós temos? Claramente, o Banco Central sobrecarregado. Então, o que recomendaria um sistema cooperativo de gestão da política macroeconômica do Brasil? Recomendaria que houvesse um apoio da área fiscal, que é justamente o que está se propondo neste momento e, claramente, hoje o Banco Central precisa de ajuda, porque a taxa de juros, de fato, é muito alta. Só não vê quem não quer”, disse.
A agenda de debates econômicos no Congresso segue a partir da semana que vem. O relator da proposta de nova regra de controle dos gastos públicos, Claudio Cajado, do Progressistas, programou reuniões com as bancadas dos partidos.
A expectativa é apresentar um relatório na primeira quinzena de maio, aprovar o pedido de urgência e levar o texto para votação direto no plenário da Câmara dos Deputados.

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