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Governo de SP vai contratar mil psicólogos e empresas de segurança privada para atuar nas escolas


Tarcísio de Freitas anunciou nesta quinta (13) investimento de 240 milhões em ações para ampliar a segurança da comunidade escolar. Governador esteve na Escola Estadual Thomazia Montoro nesta manhã. Unidade foi reaberta segunda (10), duas semanas após o ataque que deixou uma professora morta e outras quatro pessoas feridas. Governador de SP visita escola estadual alvo de ataque
Arthur Stábile/g1
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou nesta quinta-feira (13) a contratação de mil psicólogos e de empresas de segurança privada para atuar nas escolas estaduais. De acordo com a gestão estadual, serão agentes que vão trabalhar desarmados.
Também será criada uma linha direta entre as escolas e a Polícia Militar.
As medidas fazem parte de um pacote de ações para ampliar a segurança da comunidade escolar em todo o estado. O investimento é de R$ 240 milhões.
O anúncio foi feito em coletiva de imprensa na porta da Escola Estadual Thomazia Montoro.
Resumo das ações do governo:
Contratação de empresas privadas com profissionais desarmados para segurança das escolas
Contratação de mil psicólogos
Criação de uma linha direta entre escolas e PM
O governador esteve na unidade, acompanhado do secretário estadual da Educação, Renato Feder, do secretário da Segurança, Guilherme Derrite, e do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB).
A escola reabriu nesta segunda (10), duas semanas depois do ataque em que um estudante matou a facadas a professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, e feriu outras quatro pessoas.
Ações da Prefeitura de SP
A prefeitura da capital também anunciou nesta quinta medidas de proteção escolar. Dentre elas:
Criação do Comitê de Proteção Escolar com a participação de 7 secretarias;
Protocolo integrado de orientação às unidades escolares, de saúde, assistência social e segurança urbana;
“Botão de Alerta” disponível para mais de 8 mil unidades escolares (Municipal, Estadual e Particular);
Aumento de 50% da Ronda Escolar (GCM);
Ampliação do programa Mães Guardiãs para Integração entre comunidade e Poder Público (de 5 mil para 7 mil);
Ampliação de 25% das equipes de apoio psicológico às unidades escolares;
Criação de um Gabinete Integrado de Segurança Escolar.
Escola Estadual Thomazia Montoro recebeu nova pintura
Arthur Stabile/g1
Professoras sobreviventes do ataque a escola em SP relatam emoção e dificuldade no retorno
Dados do Censo Escolar indicam que a escola conta com 15 professores e aproximadamente 300 alunos matriculados do 6º ao 9º ano do ensino fundamental.
Ainda de acordo com o governo de São Paulo, a Polícia Militar reforçou o policiamento na região e determinou ponto de estacionamento de viaturas em frente à instituição citada a partir de sexta-feira (7), para acompanhar o retorno das aulas.
A Secretaria da Educação realizou uma revitalização no colégio com manutenção, pintura e reparos na estrutura – com recursos estimados em R$ 200 mil.
A fachada da escola foi pintada com grafites do artista plástico Pagu.
Corredores foram pintados após ataque
Flávio Florido/Secretaria da Educação do Estado SP
O ataque
No último dia 27, a professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, morreu e outras quatro pessoas ficaram feridas após serem esfaqueadas por um aluno de 13 anos. O agressor, que estudava no oitavo ano na escola, foi desarmado por professoras e está internado em uma unidade da Fundação Casa.
A polícia investiga a participação de outros dois alunos no ataque e a Justiça concedeu a quebra de sigilo do celular, do computador e do videogame Xbox do adolescente que matou Elisabete.
Na porta da instituição, ainda é possível ver o altar montado pelos alunos em homenagem à docente. Também colocaram cruzes, flores, mensagens e um cartaz com a mensagem “livros sim, armas não!”.
Alunos se abraçam ao chegar na escola na manhã desta segunda (10)
Reprodução/TV Globo
A professora Beth não tinha completado nem dois meses de trabalho na Escola Estadual Thomazia Montoro quando foi esfaqueada pelas costas por um aluno na sala de aula. O assassino também estava na escola havia pouco tempo, desde o início de março.
Na escola anterior, o comportamento agressivo e as ameaças de atos violentos foram notados e preocuparam professores e pais. A direção registrou um boletim de ocorrência.
Com poucos dias na nova escola, ele brigou com os novos colegas. Uma dessas brigas, foi Beth quem separou. A diretora chamou o adolescente para uma conversa, que estava agendada para a manhã da segunda-feira, o dia do ataque.
Investigação
A Justiça concedeu a quebra de sigilo do celular, do computador e do videogame Xbox do adolescente que matou Elizabeth.
O delegado do 34º DP levou os equipamentos à sede do Decap, departamento que administra as delegacias da capital, para fazer a extração dos dados.
O procedimento é feito por um equipamento israelense, com software que busca em aparelhos eletrônicos de comunicação os arquivos e informações em períodos determinados, mesmo que tenham sido apagados.
A polícia não sabe dizer quando tempo levará para fazer a extração dos dados. Para a polícia, o acesso às informações poderá comprovar ou descartar a participação de outras pessoas no plano do ataque. Os investigadores acreditam que o aluno teve incentivo ou ajuda de duas pessoas.
Silvia Palmieri, mãe de uma professora que sobreviveu a um atentado a facadas na escola Thomazia Montoro, sai da escola consolada por uma amiga
Andre Penner/AP
Psiquiatras
O adolescente acusado de matar a professora e ferir outras quatro pessoas foi avaliado por uma equipe de peritos, com três psiquiatras (sendo um deles também psicólogo) e um médico clínico geral.
O adolescente segue internado provisoriamente em uma unidade da Fundação CASA, após a justiça acatar um pedido do MP da capital.
Ele pode ficar internado provisoriamente por, no máximo, 45 dias, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Após sentença, o jovem poderá cumprir medida socioeducativa de até 3 anos.
“O contexto dos autos revela envolvimento do adolescente em ato infracional equiparado a crimes punidos com reclusão, possuindo capacidade de corromper sua formação moral e/ou intelectual e de colocá-lo em risco de lesão física grave”, justificou o juiz da 2ª Vara Criminal da Comarca de Taboão da Serra.
A Justiça também acatou o pedido de representação enviada pelo Ministério Público de Taboão da Serra, na região metropolitana. Na nova denúncia, a Promotoria analisou dois possíveis atos infracionais equiparados aos crimes de ameaça e extorsão que teriam sido cometidos pelo adolescente no início de fevereiro, quase dois meses antes do ataque ocorrido nesta semana, contra um garoto de sua antiga escola, a E.E. Prof. Roberto José Pacheco.
O estudante foi ouvido no dia 27 pelo Ministério Público de São Paulo.

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